O Conselho Municipal de Maputo acaba de criar um plano de contingência para fazer face à próxima época chuvosa que se avizinha, a qual se espera venha a causar inundações em algumas zonas da cidade.
Segundo a vereadora de
Saúde e Acção Social,
Nurbai Calú, o referido
plano baseia-se na estratégia
base-topo, começando
por ser desencadeada
no bairro, agregada na sede distrital
e harmonizada pelo Conselho
Municipal a nível central.
No referido plano, destacam-
-se acções de identificação das
principais ameaças na época
chuvosa, estima-se a população
a ser afectada, são definidas
as actividades a realizar antes,
durante e depois da ocorrência
das chuvas, bem como a revitalização
e actualização dos comités
locais de gestão de risco.
De referir que os distritos municipais
KaMaxakeni, KaMavota e
KaMubukwana são considerados
os mais afectados durante as
épocas chuvosas na cidade.
Concorrem para aquela situação
que contribui para que haja
um impacto negativo das chuvas
na urbe os assentamentos informais,
incluindo a existência de
habitações nos cursos naturais e
bacias de água, o deficiente saneamento
e drenagem.
Nurbai Calú acrescentou que
o Conselho Municipal tem estado a realizar de forma integrada
actividades em resposta aos danos
provocados pelas chuvas ao
longo das épocas passadas, de
modo a reduzir o impacto das
próximas chuvas.
Com efeito, foram retiradas
das zonas de risco 714 famílias,
particularmente dos distritos
KaMaxakeni e KaMavota, nos
bairros de Hulene-"B", Mahotas,
Laulane, Ferroviário e Costa do
Sol, assim como KaMubukwana,
mais concretamente dos bairros
Magoanine "A", "B" e "C".
As referidas famílias foram
reassentadas no bairro de
Zimpeto, concretamente no recinto
do Hospital Psiquiátrico
do Infulene, assim como no Albazine,
zona de Chiango, e em
Marracuene. De destacar que
existem ainda por retirar mais
de 995 famílias das zonas de
risco, sendo 479 em KaMavota
e 516 no distrito municipal Ka-
Mubukwana.
De modo a assegurar a não
reocupação dos locais de onde
as famílias estão a ser retiradas,
foram demolidas 264 casas
nos distritos KaMavota e KaMubukwana, foi ainda feito o
mapeamento e identificação das
zonas de risco e a colocação
de 250 placas de proibição de
construção.
Nurbai Calú referiu ainda
que o Conselho Municipal iniciou
a actualização e ampliação do
Plano-Director de Saneamento
e Drenagem, abrangendo a área
do Grande Maputo, o qual passa
pela construção de novas valas
de drenagem e a sua inclusão nos
projectos das novas estradas.
Em relação à manutenção
das valas, foi lançado um concurso
para a limpeza, organizado
em três lotes, designadamente
das avenidas Joaquim
Chissano, Acordos de Lusaka,
Angola e Milagre Mabote, assim
como das valas ao longo do
Centro de Saúde de Xipamanine,
Unidade 10 e Igreja do Nazareno,
Rua da Linha, Cândido
Mondlane, viveiro e Praça 16
de Junho.
O presidente do Conselho
Municipal, David Simango, revelou
que foi lançado recentemente
um concurso para a reabilitação
da vala principal da Avenida Joaquim Chissano, a
qual desempenha um papel de
destaque no sistema de drenagem
da urbe.
Em relação à vala de Mulaúze,
a qual se estende pela cintura
verde da urbe, está prevista
a sua limpeza e correspondente
desassoreamento, através de
uma parceria com o Governo da
Cidade de Maputo.
De salientar que a época
chuvosa passada foi marcada
pelo fenómeno “El Niño”, caracterizado
por escassez de
chuva, em particular na região
Sul do país.
O Instituto Nacional de Meteorologia
(INAM) prevê para a
época chuvosa que se avizinha
que ocorra o fenómeno inverso,
denominado “La Niña”, marcado
por precipitações normais e
acima do normal, facto que ajudará,
por um lado, a suprir as
necessidades hídricas na zona
Sul, dilacerada por uma seca
severa, mas, por outro lado,
poderá criar inundações em algumas
zonas da cidade devido
à ocorrência de chuvas acima
do normal.
Benjamim Wilson
benjamim.wilson@snoticicas.co.mz
