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Cresce roubo de contadores credelec

Por admin

Os clientes da Empresa Electricidade de Moçambique (EDM) dos municípios de Nacala e Monapo, província de Nampula, estão preocupados com o roubo de contadores credelec e de cabos eléctricos nas residências e via pública.

Segundo os munícipes,
o roubo de contadores
credelec nas residências
começou em 2014, mas
intensificou-se no início
do presente ano, 2016.
Há relatos de que num bairro
os ladrões chegam a desmontar
cerca de sete contadores num
só dia. Os roubos acontecem a
qualquer hora do dia, desde que
o dono da casa se distraia ou se
ausente.
Os meliantes são flexíveis na
sua acção, o que faz com que alguns
moradores acreditem que
eles entendem de electricidade.
Chega-se a considerar que trabalham
em coordenação com
técnicos da EDM.
Naquelas autarquias quase
todos os contadores foram montados
no interior das residências.
Aliás, porque se previa que
os bandidos roubariam aquele
equipamento, as autoridades da
Empresa Electricidade de Moçambique
aconselham os seus
clientes a montarem os contadores
dentro de casa.
Mesmo assim, os meliantes não sentem dificuldades,
introduzem-se nas residências e
cortam os cabos que alimentam
a corrente nas caixas.
No município de Nacala, onde
a situação já é conhecida pelas
autoridades da EDM, os ladrões
roubam também cabos eléctricos
que transportam a corrente
para as residências.
Os moradores mostram-
-se preocupados com a situação,
pois sempre que acontece
são obrigados a contribuir para
comprar novo cabo e contactar
alguém para montá-lo.
VENDIDO POR 6 MIL
Em conversa com os munícipes
de Nacala-Porto ficámos
a saber que os contadores
roubados nas residências são
vendidas no mercado informal,
entre cinco e seis mil meticais.
A maior parte dos compradores
são indivíduos que foram vítimas
de roubo, outros pretendem fazer
a ligação de energia pela primeira
vez.
Segundo os munícipes, os
meliantes apenas vendem o
equipamento. O comprador deve
contactar um técnico da EDM
para montá-lo.
Há vezes em que o técnico
introduz dados do novo proprietário
no contador e monta-o;
às vezes o proprietário prefere
manter o nome do cliente anterior.
Entretanto, nem sempre o
negócio dá certo, pois em certas
ocasiões o contador roubado não
funciona porque o ladrão danificou-
o ao desmontá-lo.
Para evitar prejuízos, muitas
vítimas preferem contactar um
técnico da EDM para adquirir um
novo contador, pois normalmente
garantem a montagem, e se
avariar o técnico repara-o.
Os munícipes pedem socorro,
porque os roubos estão
a provocar elevados prejuízos.
Acusam ainda a falta de colaboração
da EDM, porque quando as
vítimas solicitam o bloqueio do
número do contador é-lhes exigida
uma declaração da Polícia da
República de Moçambique e um
requerimento dirigido à direcção
da EDM, assim como a cópia do
contrato.
Anshura Abdul conta que no
seu quarteirão em pelo menos
cinco casas foram roubados contadores
em dois dias.
“Quando entram nas casas
não levam outra coisa, só
desmontam o contador e vão-
-se embora. Acredito que são
indivíduos que entendem de
electricidade porque a accão
deles não leva muito tempo,
muitas vezes somos surpreendidos
com a escuridão, e
ficamos a pensar que houve
corte da corrente eléctrica,
enquanto se trata de roubo”,
referiu Anshura.
Por sua vez, Cassimo Buanamate,
outra vítima da acção dos
ladrões, conta que lhe foi roubado
contador nos princípios do presente ano e que ainda não o
conseguiu repor.
Acrescentou que apresentou
a sua preocupação na EDM
local. Na altura solicitou o bloqueamento
do seu número de
credelec. No entanto, um técnico
da EDM disse-lhe que devia
apresentar primeiro a declaração
da Polícia da República de
Moçambique e o requerimento
dirigido à EDM solicitando o bloqueamento
do número.
“Eu acho que o que deviam
fazer era bloquear o número,
para depois tratar do resto.
Fiz os meus contactos e descobri
que a minha conta estava
a ser usada por alguém.
Imagine quantas pessoas estão
a consumir energia sem
contrato com a EDM”, referiu.
Mussage Gonçalves, outra
vítima, conta que teve duplo
azar: roubaram-lhe o contador
em Maio passado e comprou um
outro avariado por cinco mil meticais
no mercado informal.

“Pedi à pessoa para me
trocar o contador, disse que
não tinha outro. Preferi deixá-
lo com ele e exigi-lhe a
devolução do dinheiro. Até
agora não me devolveu o valor”,
disse.

Abibo Selemane
abibo.sulemane@snoticicas.co.mz

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