Num desses dias de sol escaldante, há já algumas semanas, regressávamos de Licuar para Quelimane, numa distância de setenta quilómetros.
Chegado ao posto de fiscalização de Nicoadala, surge um agente e manda parar a viatura. O jovem condutor imobiliza-a a uns metros do local. Pega numa nota de cem meticais e coloca-a entre os documentos. Sai em direcção ao agente, que recebe a ‘papelada’, vasculha-a e diz que aquilo era uma brincadeira. Precisava de mais dinheiro. O jovem voltou à viatura e pela janela recolheu mais, que totalizou cem meticais para satisfazer o referido Polícia de Trânsito. Perante o olhar e escrutínio público, o agente irrita-se e grita para o jovem condutor. “Você está a vender-me, agora vais-te ver!”. Passou a multa e mandou prender o motorista por condução ilegal e corrupção.
Nesse ambiente, o proprietário da viatura, que ali se encontrava, quis intervir, mas já era tarde. As negociações foram, não só longas, como também infrutíferas. Das dez horas da manhã, a viatura viria a ser liberta perto das treze da tarde, com os passageiros cansados e seus assuntos adiados.
266
Artigo anterior