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Cidadãos dizem “não aos raptos”

Por admin

Milhares de manifestantes demonstraram quinta-feira última, em Maputo, que independentemente da raça, religião ou etnia prezam a paz e a vida. Numa marcha pacífica, disseram “não aos raptos” e “sim à paz”.

Milhares de cidadãos disseram “basta” a crescente escalada de raptos de cidadãos indefesos nas cidades de Maputo, Matola e da Beira, estendendo o repúdio à tensão político-militar que se vive no país, traduzido pelos ataques mútuos entre as Forças Armadas de Desefa de Moçambique (FADM) e homens armados da Renamo.

Durante a marcha, os manifestantes questionaram, em viva voz, aos bancos comerciais e empresas de telefonia móvel de que lado estão, pois acreditam que haja conivência entre raptores e funcionários de instituições bancárias que, alegadamente, fornecem saldos das contas das vítimas.

Para os manifestantes, as empresas de telefonia móvel exercem papel determinante nos raptos, porque os sequestradores usam números de celulares registados para pedido de resgate, números que se mantêm activos durante o processo negocial de pagamentos.

Porém, a Polícia alega que os familiares das vítimas não colaboram com as autoridades dando a conhecer dados como número do telemóvel usado pelos malfeitores.

 

QUARENTA PESSOAS RAPTADAS

Desde que eclodiu a onda de raptos, pouco mais de 40 pessoas já foram sequestradas, porém o mais grave culminou com o assassinato de um adolescente de 13 anos de idade na cidade da Beira, tornando-se, deste modo, o primeiro mártir dos raptos.

A concentração para a marcha iniciou por volta das sete horas na Estátua de Eduardo Mondlane, avenida do mesmo nome, para uma das maiores manifestações pacíficas dos últimos anos na capital do país.

Os participantes estavam trajados de camisetes brancas e traziam dísticos com vários dizeres, destacando-se as frases “Stop Raptos, Sim a Paz”. A marcha começou pouco depois de oito horas em direcção a Praça da Independência num percurso de quase dois quilómetros.

Na Praça da Independência, em Maputo, vários membros de organizações da sociedade civil, religiosos, entre outros, subiram ao palco improvisado para fazer passar a sua mensagem de contestação focalizada para dois aspectos: sequestros e tensão político militar que se vive no país.

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