A Estrada Nacional Número 6 (N6), que permite a ligação entre a cidade da Beira e o resto do país, será reaberta amanhã, facto que vai trazer uma maior e eficiente dinâmica às actividades de busca, resgate, assistência às vítimas e recolha de novos dados sobre os impactos do ciclone Idai em diferentes pontos da província de Sofala e não só.
Para além da reabertura desta importante via rodoviária, o Governo anunciou ontem, pela voz de Celso Correia, ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, que as linhas férreas da região Centro estão reestabelecidas, tornando mais prática a canalização de assistência a quem precisa.
Correia também actualizou os números da tragédia ao anunciar que há um registo preliminar de 417 óbitos, 1528 feridos e 89 mil pessoas em centros de acolhimento. Ressalvou que estes números são bastante provisórios e vão evoluir à medida que as equipas de busca, resgate e assistência humanitária vão palmilhando o terreno, pois existem muitas áreas que prevalecem isoladas e inacessíveis.
Sublinhou que “a prioridade agora é salvar vidas” e isso está a ser feito com cada vez mais afinco visto que a tendência da água é de baixar, que o estado do tempo tem melhorado, apesar da ocorrência em alguns locais de chuvas locais em regime fraco a moderado, mas nada que impeça o decurso das actividades.
“Tivemos um desastre natural sem precedentes que afectou uma área de cerca de 3000 quilómetros quadrados e, infelizmente, ninguém no país, na região e no mundo foi capaz de prever. Esta calamidade teve impacto muito grande em toda a zona centro e, nas primeiras 48 horas ainda houve mau tempo que dificultou fazer uma avaliação em todo o território. Isso só foi possível através da utilização de drones e de meios aéreos”, disse.
Facto é que a dimensão e o impacto da passagem deste ciclone e das chuvas que se seguiram é impressionante, mas, mesmo assim, começam a emergir sinais acalentadores de esperança, nomeadamente o restabelecimento das comunicações telefónicas que eram um dos maiores obstáculos.