As chuvas que durante a madrugada de sexta-feira fustigaram a capital moçambicana e província de Maputo voltaram a demonstrar a fragilidade do sistema de saneamento urbano, traduzido na concentração de águas pluviais no asfalto de diversas rodovias, assim como nos bairros historicamente afectados pelo problema.
A precipitação registada, que segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, atingiu 42 milímetros, deixou muitas ruas e avenidas das cidades de Maputo e Matola com grandes charcos de água, situação que além de embaraçar o trânsito agrava o número de buracos no asfalto.
Às primeiras horas da manhã, avenidas como 4 de Outubro na Matola, de muita importância no escoamento do tráfego rodoviário entre as duas urbes o trânsito estava bastante moroso, tudo porque nenhum automobilista queria arriscar meter o seu veículo no precipício, onde a factura da reparação pode ser bem pesada.
O mesmo acontecia em avenidas como Acordos de Lusaka, de Angola, do Trabalho onde até parece que os trabalhos de reabilitação, bem em frente ao Mercado Fajardo, jamais chegarão ao fim. A Praça dos Combatentes, mais conhecida por Xiquelene, a Praça da Juventude, no bairro Magoanine condicionava o trânsito por causa das águas pluviais.
As sarjetas construídas aquando da reabilitação da Praça dos Combatentes estavam todas entupidas de terra, plásticos e outros resíduos sólidos obstruindo assim a drenagem das águas.
Na baixa da cidade, ao longo da avenida 25 de Setembro, os passeios estavam cobertos de lama deixada pelas águas pluviais, cujas sarjetas ficaram com a capacidade de absorção reduzida por estarem cheios de terra e outros resíduos sólidos, numa clara falta de manutenção.
Os aglomerados populacionais como Maxaquene, Polana Caniço, Urbanização até mesmo os que receberam obras de construção de valas de drenagem como Mafalala não escaparam ao cenário de concentração de águas, que coloca em risco a saúde dos residentes sobretudo no que respeita a eclosão de doenças como a cólera.
No caso de as chuvas da segunda época, que arranca já em Janeiro, terem muita regularidade o saneamento urbano nestes bairros, quase inexistente, vai expor a saúde dos seus residentes a todas as formas de risco.