Os agricultores do distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, não alcançaram a meta de produção de algodão que estava prevista para o presente ano agrícola. Segundo o administrador do distrito, João Da Silva Nqueca, foram colhidas cerca de 2 mil toneladas, das 4 mil que estavam previstas.
A fraca produção daquela cultura de rendimento deve-se a revolta dos camponeses, alegadamente, porque o preço aplicado pelos compradores não corresponde ao seu sacrifício e empenho.
Trata-se de camponeses inseridos no sector familiar que dispensavam uma parte da sua área de cultivo para a produção daquela cultura de forma a atender as suas necessidades. Até princípios do ano passado, 2015, comprava-se o quilo de algodão por 11 meticais e actualmente os camponeses vendem a sua produção por 13 meticais.
Contudo, maior parte dos produtores daquele distrito decidiram abandonar a produção de algodão para o cultivo de gergelim que neste momento tem muita procura tanto naquela província, assim como na vizinha Nampula. Actualmente, o gergelim é vendido, localmente, por 40 meticais cada quilograma.
Os agricultores mostram-se satisfeitos, uma vez que através daquela cultura conseguem atender as suas necessidades, como construção de casas melhoradas, aquisição de meios de transporte, entre outros.
O administrador do distrito refere que mesmo com as complexidades que aquela cultura tem para a sua produção os camponeses mostram-se motivados, uma vez que os preços são encorajadores e nunca falta comprador da sua produção.
No ano passado, 2015, os agricultores daquele ponto do país produziram uma área de 4 mil e 500 hectares, apenas de gergelim, e no presente, aumentaram o espaço para de 6 mil hectares.
Os camponeses pretendem com esta posição responder à procura daquela cultura que se faz sentir nos últimos tempos ao nível da província.
MUITA PRODUÇÃO
As chuvas intensas que se fizeram sentir entre finais do ano passado, 2015, e princípios deste ano no distrito de Chiure não comprometeram a produção agrícola que estava prevista para o presente ano.
Na presente época perspectivava-se a produção de cerca de 200 mil toneladas de culturas diversas, sendo uma parte de rendimento, e outra para o consumo, tudo no sector familiar.
Até ao momento, já foi colhido quase a metade do que estava previsto, e uma parte dela já está a ser escoada para comercialização. As autoridades locais acreditam que a meta prevista poderá ser atingida, uma vez que os agricultores continuam empenhados no processo de colheita nos diferentes postos administrativos do distrito.
Enquanto isso, o administrador do distrito, João Da Silva Nqueca, disse que há um trabalho em curso nas comunidades com vista a mobilizar os produtores agricultores para apostarem na agricultura comercial.
Para o efeito, já houve encontros entre as autoridades e os agricultores locais, onde foi discutida a necessidade de aumentarem as áreas de produção de algumas culturas, como mandioca, milho, para além de definir novas estratégias de produção.
Abibo Selemane
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