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Cerca de 842 milhões de pessoas passam fome

Por admin

Cerca de 842 milhões de pessoas passam fome, e uma em cada oito pessoas encontra-se em situação de fome crónica, sem acesso a alimentos suficientes para ter uma vida saudável e activa ao nível mundial.

 E de acordo com o Primeiro-ministro, Alberto Vaquina, só na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) mais de 28 milhões de cidadãos são afectados por desnutrição crónica.

Dados da Organização da Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) indicam que uma em quatro crianças com menos de cinco anos de idade tem baixa estatura para a sua idade e cerca de 165 milhões de crianças estão tão desnutridas que nunca atingirão todo o seu potencial físico e intelectual. Ao mesmo tempo, cerca de dois biliões de pessoas não dispõem de vitaminas e minerais essenciais para uma vida saudável.

Para inverter este cenário foi lançado na última sexta-feira, na cidade de Maputo, uma campanha com vista a mobilizar os empresários e sociedade civil a disponibilizarem recursos para o combate deste fenómeno ao nível da CPLP. A mesma poderá prosseguir até 16 de Outubro, dia Mundial da Alimentação.

Assim sendo, as entidades ou os indivíduos interessados poderão canalizar suas contribuições depositando dinheiro nas contas que serão criadas ou através de canais por via de telemóvel.

Os recursos que serão angariados nesta campanha servirão para complementar os esforços de Governos, parceiros, sector privado e sociedade civil, em geral, no apoio aos camponeses a cultivarem as suas terras, dotando-os de tecnologias, crédito agrícola e mercados favoráveis. Esta medida poderá gerar não só mais alimentos, mas também melhores oportunidades de emprego, auto-emprego e outras formas de rendimento.

O trabalho da campanha dependerá das prioridades que forem definidas por cada Estado-membro. Alguns destes poderão apostar no acesso às tecnologias como produção e processamento; outros ainda, privilegiar melhoramento do ambiente de negócios e seu processamento e os restantes focar no acesso às terras férteis para cultivar.

O Primeiro-ministro, Alberto Vaquina, disse que um dos desafios mais prementes que se coloca prende-se à erradicação de uma das formas mais cruéis da pobreza: a fome.

Para Alberto Vaquina não se justifica que a CPLP continue com mais de 28 milhões de cidadãos afectados por desnutrição crónica, um número muito superior à população moçambicana calculada em 23 milhões de habitantes.

“Este é o momento de agir! Não podemos ficar indiferentes a uma realidade que a todos nós diz respeito. A nossa responsabilidade no alcance deste propósito é conjunta e solidária”, referiu.

Por sua vez, o representante da Organização da Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Hélder Muteia, classificou este ano como da Agricultura Familiar, daí que se julga imperioso que a iniciativa ajude a criar uma oportunidade, uma luz no fundo do túnel para os agricultores em regime familiar.

Segundo Hélder Muteia, 80 por cento das pessoas que passam fome em África são agricultores; praticam agricultura rudimentar que não permite sequer alimentar condignamente as suas famílias.

“Apoiando essas pessoas, estaremos a resolver dois problemas ao mesmo tempo: o da disponibilidade dos alimentos e o da pobreza dos próprios agricultores”,disse.

 

Abibo Selemane

habsulei@gmail.com

 

 

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