Bandidos ainda a monte assassinaram, há dias, um pastor de gado bovino, de nome Nelson Adelino Kipa, de 25 anos de idade, tendo de seguida roubado dez cabeças do seu rebanho, no povoado de Nhathungo, no distrito de Guro, a norte da província de Manica. O crime hediondo ocorreu quando este se encontrava na zona de pasto com os referidos animais.
Os malfeitores, em número desconhecido, cercaram o jovem e agrediram-no até a morte. Depois disso, os bandidos roubaram os animais e colocaram-se em fuga. Presume-se que os mesmos traziam uma viatura para carregar o referido gado.
Na zona de pastagem, a vítima estava sozinha não tendo, por isso, recebido qualquer socorro. O corpo ficou estatelado longas horas e foi achado por populares que regressavam das machambas.
O cadáver apresentava sinais de golpes violentos perpetrado pelos malfeitores que continuam em parte incerta. Os animais roubados pertenciam a uma família que se dedica à agricultura.
A Polícia da República de Moçambique (PRM), no distrito de Guro, está no terreno à caça do grupo que protagonizou o crime que chocou a comunidade de Nhathungo e arredores.
Os residentes daquela região estão apavorados e temem ocorrência de mais delitos similares. Contudo, a PRM em Guro afirmou ter pistas para a localização dos malfeitores e acredita que nos próximos dias serão entregues a justiça para responsabilização criminal.
Guro era considerado um dos distritos com menos casos de criminalidade violenta na província, apesar de registo de pequenos crimes, na sua maioria passionais. Com a morte do jovem pastor e o desaparecimento do gado bovino, a corporação voltou a prestar maior atenção à zona de modo a repor a ordem, tranquilidade e segurança públicas naquela região.
Vila Nova terá uma esquadra
Entretanto, o bairro Vila Nova, vulgo Tambara II, na cidade de Chimoio, em Manica, terá até finais do primeiro semestre deste ano, uma esquadra da Policia da República de Moçambique. Esta unidade irá contribuir significativamente para o combate ao crime que nos últimos tempos semeia pavor no seio da comunidade.
Trata-se de uma infraestrutura construída de raiz. A cerimónia de lançamento da primeira pedra para edificação da unidade policial foi orientada pelo Comandante Provincial da PRM, em Manica, Armando Canheze e testemunhada por dezena de populares.
A nova esquadra está a ser erguida com material doado pela população, sobretudo residentes daquele bairro. Para além de servir mais de vinte mil habitantes de Vila Nova, a esquadra assistirá igualmente outras zonas como Agostinho Neto, Chinfura, parte de 16 de Junho, aliviando, deste modo, a 3ª Esquadra que neste momento atende seis bairros.
O secretário do bairro Vila Nova, Gonçalves Bernardo, disse que a iniciativa visa contribuir para redução do nível de criminalidade que é considerado como sendo bastante alto naquele local.
Com as contribuições que estão a ser feitas para a construção da esquadra, o secretário do bairro acredita que as obras poderão terminar no período de tempo previsto que é de seis meses e a tranquilidade poderá ser uma realidade na zona e arredores.
Gonçalves Bernardo explicou que o surgimento da esquadra vai resolver o problema da população que era obrigada a percorrer perto de quatro quilómetros para encontrar uma unidade policial mais próxima. A situação torna-se mais dramática no período nocturno. Quando há assaltos, os residentes não têm outra alternativa senão esperar até amanhecer para se dirigir à esquadra.
Assaltos na via pública, em residências e até assassinatos são os principais crimes que se registam naquela zona. Em finais do ano passado, por exemplo, duas pessoas foram assassinadas, sendo uma na via pública e outra no interior duma residência.
Aliás, devido ao nível de desenvolvimento que o bairro apresenta, o mesmo tem sido palco das incursões de amigos do alheio sobretudo na calada da noite. Alguns até usam viaturas durante os assaltos às residências, segundo contou ao nosso jornal uma das vítimas que semana passada teve o azar de ser visitado por malfeitores.
"Chegaram à minha casa numa viatura mini-bus e arrombaram a minha porta principal. Gritei, mas nenhum vizinho apareceu, porque estavam com medo. As minhas filhas estão traumatizadas até hoje por aquilo que viram naquela noite. Era um grupo, uns estavam no interior da casa e outros ficaram a vigiar o movimento por fora. Tiraram alguns bens e foram-se embora", contou a vítima, bastante angustiado.
Entretanto, o comandante provincial da PRM em Manica, Armando Canheze afirmou que a construção da esquadra, trata-se duma iniciativa que visa garantir a aproximação da Polícia à comunidade no âmbito do combate ao crime.
Armando Canheze enalteceu a ideia dos residentes daquele bairro tendo avançado que a componente infraestrutura constitui um desafio ao nível da corporação.
Domingos Boaventura