Tende a aumentar o número de denúncias de incidentes envolvendo crianças no país. Só de Janeiro a Junho do corrente ano foram registados, através da Linha Fala Criança (116), um número para o atendimento e encaminhamento de denúncias de violações aos direitos da criança, mais de cinquenta mil chamadas que resultaram em 2081 casos contra 998 registados em igual período do ano passado. Destes, 1293 foram registados de Janeiro a Abril, envolvendo 1648 vítimas. Dos casos notificados, pouco mais de 60 por cento são de natureza criminal, sendo que 45,2 são referentes às uniões prematuras, seguido dos casos de violação sexual e outros crimes sexuais com 28 por cento. Quanto aos casos de natureza cível, 46,1 por cento são referentes à falta de assistência alimentar aos filhos e 29,9 por cento à falta de registo de nascimento.
Do universo de 0 a 17 anos, a faixa etária dos 11 a 14 anos que representa 37,6 por cento é que apresenta o maior número de casos, seguida da faixa 15 a 17 com 32,6 por cento. A maior parte dos casos foi registada em crianças do sexo feminino (56%).
Em conversa com o domingo, o gestor de dados da Linha Fala Criança, Luís Chaúca, que disse que os números podem ser associados à consciência do cidadão em relação à componente denúncia, mas também podem ser resultado do facto de as pessoas terem o conhecimento de que estes actos constituem crime.
“Até dois anos atrás, a percentagem maior de denunciantes era de adultos, mas, actualmente, há um equilíbrio e por vezes o número de crianças que fazem as denúncias é maior. Entretanto, em termos de sexo, quem mais denuncia são os homens. Na maioria das vezes, as mulheres ligam apenas para denunciar a falta de pensão para os filhos”, avançou. Leia mais…