Arranca amanhã em todo o país o ano lectivo 2016. Na passada sexta-feira, membros do Conselho de Ministros escalaram as províncias para presidir a habitual reunião com pais e encarregados de educação, um encontro de todo pertinente tendo em conta o resultado dos exames do ano passado, sobretudo do ensino secundário, que ficaram aquém das expectativas.
A ministra da Saúde, Nazira Abdula, inaugurou um estabelecimento de ensino secundário, construído de raiz, em Dombe, província de Manica, por sinal o primeiro daquele nível naquela zona. Avaliado em 58.5 milhões de meticais, o empreendimento foi erguida com fundos do Orçamento do Estado, através do Programa de Apoio ao Sector de Educação (FASE).
Trata-se de uma infra-estrutura composta por doze salas de aulas, três residências para professores, um bloco administrativo, três balneários, um pavilhão polivalente para actividades desportivas e sistema de abastecimento de água, com recurso a um tanque elevado com capacidade para dois mil litros.
As salas de aulas estão apetrechadas de mobiliário escolar que poderá oferecer maior comodidade aos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem. No entanto, a Ministra da Saúde, Nazira Abdula, dirigindo-se à população de Dombe e outras regiões circunvizinhas disse que aquela escola constitui um ganho importante para o povo.
Dombe conta com um universo de 53.690 habitante. A escola ora inaugurada vai aliviar sobremaneira o sofrimento da população e alunos em partícula que percorriam mais de 70 quilómetros até a vila sede de Sussundenga para frequentar o ensino secundário.
Ainda na mesma ocasião, o governante apelou a população no sentido de contribuir para a conservação da infra-estrutura cuja existência poderá concorrer para o desenvolvimento da região.
Porém, em toda província funcionarão este ano 1020 escolas do ensino primário do 1º grau, 464 primárias do 2º grau, 44 do ensino secundário geral, das quais doze leccionarão o segundo ciclo e 1.504 centros de alfabetização com um efectivo escolar de 6.978 alfabetizando. Para o presente ano lectivo foram matriculados 554.864 alunos sendo 463.562 do ensino primário do primeiro e segundo grau e 86.452 do ensino secundário geral do 1º e 2º ciclo. Para ensino à distância, a província inscreveu 4.850 alunos.
Num outro desenvolvimento, Nazira Abdula recordou o que se passou no ano lectivo de 2015.
“Iniciamos o ano lectivo de 2016, ainda preocupados e tristes com esses resultados finais, sobretudo no ensino secundário, onde as médias nacionais de aproveitamento pedagógico situaram-se nos 39.4 porcento na 10ª classe e 46.4 porcento na 12ª classe”, disse, tendo enumerado algumas causas que estiveram por detrás do insucesso dos alunos.
“O MINEDH constatou que nas escolas onde se registou baixo aproveitamento há aspectos negativos que fragilizam o Sistema Educativo, designadamente, a indisciplina, a falta de empenho dos alunos, a fraca presença de alunos e professores nas aulas, o não cumprimento integral dos programas de ensino, a fraca responsabilização ou mesmo, a falta de aplicação de medidas punitivas, o uso de telefone conectado às redes sociais por parte de professores e alunos durante as aulas e o fraco acompanhamento e apoio dos pais e encarregados de educação ao processo educativo”, disse.
Na cidade de Maputo, o vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Armindo Ngunga, também mostrou-se preocupado com os maus resultados obtidos no ano passado nas classes com exame, nomeadamente 10ª e 12ª classes.
Ngunga fez este pronunciamento na cidade de Maputo, na Escola Primária Completa Unidade 30, localizada no bairro 25 de Junho, no decorrer da cerimónia de inauguração daquela infra-estrutura, composta por 22 salas de aulas, um bloco administrativo e balneários.
Para este ano lectivo, o MINEDH contratou para a Cidade de Maputo 213professores para o ensino primário, 40 para secundário e seis para o ensino técnico e profissional e adquiriu mais de seis mil carteiras, das duas mil inicialmente planificadas, o que vai beneficiar aproximadamente 70 mil alunos, e deverá distribuir gratuitamente pouco mais de 500 mil livros para o ensino primário, favorecendo mais de 180 mil alunos.
“No ano passado, para a Cidade de Maputo construímos 85 salas de aulas e apetrechamos cerca de 33 bibliotecas.Portanto, sentimo-nos bastantes entristecidos pelos resultados conseguidos no ano de 2015. Por exemplo, em Maputo, ao nível da 10ª classe, conseguimos apenas 22 porcento de aproveitamento positivo e 39 porcento na 12ª classe”.
Ngunga desafiou a todos presentes a resgatar os valores mais alto da moçambicanidade e transformar a escola num lugar onde se cultiva tolerância social.
NÚMEROS
DO MINEDH
Importantes realizações ocorreram em 2015. No Ensino Primário foram matriculados 5.769.369 alunos e no Secundário 915.978 alunos. Ainda no Ensino Secundário, na modalidade do Ensino à Distância, inscreveram-se 27.418 alunos. Para melhorar as oportunidades de acesso dos cidadãos à escola foram contratados7.159 professores para o Ensino Primário, 908 para o Ensino Secundário e 20.034 alfabetizadores.
Segundo dados divulgados pelo MINEDH, no ano passado foram adquiridas 71.975 carteiras num total de 96.214 planificadas, beneficiando, deste modo, 287.900 alunos.
Para melhorar a qualidade de ensino, distribuíram-se gratuitamente 13.330.200 livros escolares em todas as escolas primárias públicas, beneficiando 5.666.342 alunos, dos quais 2.326.308 são raparigas.
No âmbito das infra-estruturas, foram construídos 378 salas de aulas para os Ensinos Primário e Secundário e equipadas 120 bibliotecas.
Domingos Boaventura e Idnórcio Muchanga