A empresa Aeroportos de Moçambique (ADM) projecta desenvolver, a curto prazo, cidades aeroportuárias no que se pensa ser a chave para a transformação dos terminais em grandes centros de negócios. Para o efeito, serão convidadas entidades públicas e privadas que lidam com diversos tipos de negócios para investir na criação das necessárias infra-estruturas.
Para a materialização deste ambicioso objectivo está prevista a realização, este ano e pela primeira vez no território nacional, no próximo mês de Setembro, a 1ª Feira de Gemas e Minerais, evento que terá lugar no Aeroporto Internacional de Nacala. A par deste certame vão arrancar ainda este ano as obras de construção de um edifício que vai acolher doravante as feiras de minerais.
No que concerne ao desenvolvimento da cidade aeroportuária de Nacala, cuja área disponível será de aproximadamente 300 hectares, está prevista a implantação de hotéis, hospitais, universidades, instituições financeiras, entre outros serviços para a promoção de negócios.
O Presidente do Conselho de Administração da ADM, Emmanuel Chaves, que nos forneceu estes dados, afiançou igualmente que a ADM está a trabalhar com o Banco de Moçambique no sentido fixar a sua sede regional Norte na cidade portuária de Nacala, província de Nampula.
Segundo a fonte, a empresa ADM pretende promover igualmente um projecto de cidade aeroportuária no Aeroporto Internacional de Maputo, embora com menor dimensão em termos área comparativamente a de Nacala.
Ao que domingo apurou, está projectada também a implantação de uma cidade aeroportuária junto do Aeroporto de Nampula, que será dotada de infra-estruturas de hotelaria, centros de conferências, de comércio, entre outras.
“Para além dos negócios actuais que são desenvolvidos nos terminais aeroportuários, como os serviços de rent-a-car, de correios, carga, no futuro, muitos dos nossos encontros e discussões sobre investimentos, poderão se realizar juntos dos aeroportos. Será mais fácil, porque as cidades estão a ficar centros de congestionamentos de tráfego. Os que vêm de avião para tratar de negócios e voltar, preferem tratar tudo perto do aeroporto, frisou.
A tendência actual ao nível mundial tem sido a de transformação dos terminais aeroportuários em grandes centros de negócios e Moçambique não pode ficar alheio a tais mudanças.
CERTIFICAÇÃO
DOS AEROPORTOS
Depois da certificação no ano passado do Aeroporto Internacional de Nacala, no âmbito do cumprimento de uma das regras da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), pelo menos mais dois terminais nacionais vão receber novo certificado este ano, nomeadamente dos aeroportos de Maputo e da Beira.
Após a concretização da certificação daqueles dois terminais aeroportuários, seguir-se-ão os aeroportos de Vilankulo, Tete e Pemba, os quais nos últimos tempos beneficiaram de grandes investimentos em termos de melhoria das condições operacionais.
Aeroporto de Nacala
não vai ser privatizado
Perante informações que dão conta de uma eventual privatização do Aeroporto Internacional de Nacala, o PCA da ADM disse que a concessão da gestão daquele terminal aeroportuário não significa uma privatização.
Uma coisa é concessão e a outra é privatização. Podemos concessionar somente a gestão. A concessão da gestão não é privatização. O que se pretende é trazer entidades privadas ou públicas, que tenham larga experiência para garantir que aquele aeroporto o mais rápido possível tenha um desempenho eficiente, sendo que a forma em que se optou foi a de concessionar, disse.
De acordo com Chaves, deverão igualmente ser concessionados os aeroportos de Inhambane, Ponta D’Ouro, Bilene, Mocímboa da Praia, Lumbo, alguns dos quais com o objectivo de permitir que se façam investimentos por parte de privados.
Tornamos o mercado aeroportuário mais competitivo, porque teremos privados a gerir alguns aeroportos e nós como empresa pública a gerirmos outros terminais. Esta prática é normal. A título de exemplo, a AXA, que é a empresa que gere os aeroportos na África do Sul, não faz a gestão de todos os aeroportos sul-africanos. É uma prática internacional e que o Governo moçambicano, acompanhando a tendência mundial, não perde a oportunidade de implementar essas práticas, frisou.
Benjamim Wilson
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