O Ministério da Educação (MINED) prevê matricular pela primeira vez na primeira classe mais de um milhão e trezentas mil crianças, número que se encontra longe de ser alcançado quando passam sensivelmente três semanas após início do processo.
As novas inscrições na primeira classe iniciaram no passado 1 de Outubro, devendo decorrer até 31 de Dezembro próximo. Três semanas após o arranque do processo, grande parte das escolas registam poucos alunos inscritos.
domingofez uma ronda por algumas escolas da cidade e província de Maputo, bem como noutras nas províncias de Niassa, Manica, Inhambane e Gaza, oferecendo, nas linhas que se seguem, o retrato do processo.
O MINED iniciou cedo as matrículas para permitir que as escolas se organizassem com mais tempo para o ano lectivo seguinte e as crianças com idade escolar sejam todas inscritas nos diferentes estabelecimentos de ensino primário nas zonas onde vivem.
Até ao momento as coisas não correm a contento, prevalecendo a expectativa de que a situação venha a normalizar nos últimos dias, seguindo a velha mania dos moçambicanos.
Cinco escolas sem vagas
logo no arranque do processo
Abibo Selemane
Pelos menos cinco escolas primárias, das quais três da cidade da Maputo e duas da Matola, encerraram a inscrição de novos ingressos na primeira classe logo no arranque do processo. Trata-se das escolas primárias Kurhula, Guebo e Coop ( na cidade de Maputo), Ana Mógas e Anexo do Instituto de Formação de Professores (na Matola).
Paradoxalmente, algumas escolas ainda não conseguiram inscrever pelo menos acima de 100 alunos quando passam pouco mais de quinze dias após início das inscrições.
Dirigentes do sector de Educação ao nível da província e cidade de Maputo entendem que este facto deve-se às preferências dos pais ou encarregados de educação, relacionadas com as condições da escola, localizações, entre outras razões.
Refira-se que a província de Maputo prevê matricular para o próximo ano lectivo 50 mil e 733 crianças na primeira classe, que serão acomodadas em 459 escolas.
Ainda no rol das novas inscrições, mas para outros níveis de ensino, a província prevê inscrever para o próximo ano 36 mil 606 alunos na 6ª classe, 10 mil 641 na 8ª classe e três mil e 322 na 11ª classe.
Enquanto isso, a cidade de Maputo prevê matricular pela primeira vez na primeira classe 26 mil e 836 alunos do novo ingresso, dos quais 23 mil e 800 nas escolas públicas e os restantes em escolas privadas.
Três dias após início do processo, a capital do país tinha matriculado cerca de quatro mil e 530 novos ingressos.De referir que Maputo conta actualmente com 148 escolas que leccionam o ensino primário do primário grau, das quais 102 públicas e 46 privadas.
Ainda no rol das matrículas, a cidade de Maputo perspectiva inscrever para próximo ano escolar cerca de 27 mil e 697 novos ingressos da 6ª classe, destes 26 mil e 374 para curso diurno e mil e 323 para curso nocturno; 26 mil e 811 para 8ª classes, dos quais 18 mil e 129 para curso diurno e 8 mil 682 para nocturno e 15 mil e 562 para 11ª classes, destes 9 mil 852 para o curso diurno e cinco mil e 710 nocturno.
SETENTA E TRÊS
SALAS EM REQUALIFICAÇÃO
O chefe do Departamento de Planificação da Direcção da Educação e Cultura na Cidade de Maputo, Samuel Menezes, anunciou que está em curso, desde o princípio deste ano, o processo de requalificação de 73 salas de aulas de escolas primárias da capital do país. Trata-se de salas das escolas Unidade 10, de Magoanine e 12 de Outubro.
Numa primeira fase, as obras estavam programadas para estarem prontas até ao final deste ano, mas a demora na canalização dos fundos necessários acabou atrasando o seu início, mas como disse Samuel Menezes, os empreiteiros garantiram que poderão estar prontas durante próximo ano.
“Neste momento, todas obras já estão em 60 por cento, facto que nos deixaesperançados de que até próximo ano teremos salas em condições de acomodar as nossas crianças,referiu, para depois anunciar que as obras da Escola Unidade 10 já estão terminadas.
domingoapurou que as obras de construção da Escola Secundária da Ka Tembe foram proteladas, o que acabou beneficiando a cidade de Maputo, alegadamente porque as autoridades daquele local, assim como municipais, ainda não indicaram o sítio onde poderá ser erguida a escola que poderia minimizar o sofrimento de muitos jovens daquela parcela do município de Maputo que, no seu dia-a-dia, são obrigados a atravessar o mar à procura dum estabelecimento de ensino do seu nível na cidade de Maputo.
Num outro desenvolvimento, Menezes anunciou que actualmente decorrem obras de reabilitação da Escola Secundária de Ka Nyaka, que consistem no melhoramento do estado do tecto, pintura, entre outras intervenções.
MAIS ESCOLAS
A LECCIONAR SÉTIMA CLASSE
Cerca de 17 escolas que até este ano lectivo leccionavam até 5 ª classe, na província de Maputo, passam a partir do próximo ano a leccionar até 7 ª classe. Trata-se de duas escolas localizadas na cidade da Matola, três na Manhiça, duas em Marracuene, quatro em Matutuíne, três em Moamba e três em Namaacha.
Segundo o director adjunto da Direcção Provincial da Educação de Maputo, Silvestre Valente Dava, para além da introdução do segundo ciclo no ensino primário em 17 escolas, mais duas escolas primárias poderão entrar em funcionamento nos distritos de Marracuene e Moamba.
