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A máquina fotográfica é extensão da minha vida

Por Idnórcio Muchanga
  • Alfredo Mueche, fotógrafo reformado do domingo

Alfredo Mueche esteve ao serviço do domingo por 20 anos ( 1 9 9 5 – 2 0 1 5 ) . Com uma mestria quase divinal, soube, como poucos, captar Moçambique e a alma das suas gentes de lés-a-lés. No seu portfólio consta o registo da guerra dos 16 anos, as cheias de 2000, as primeiras eleições gerais do país, e também teve a proeza de “clicar” todos os presidentes de Moçambique independente. Em 2018, por imperativos de idade, “afastou-se” da Redacção levando no alforge grandes memórias e saudades, mas, antes de tudo, o seu talento levou-o a amealhar oito prémios entre nacionais e internacionais de foto-jornalismo. Mueche nasceu em 1954 em Maivene, distrito de Chibuto, província de Gaza. Aos cinco anos de idade migrou para a então Lourenço Marques. É o último de seis irmãos, dos quais,infelizmente, apenas restam dois.

Tem uma carreira de mais de 40 anos dedicada à fotografia. O que o aproximou desta linguagem?

O destino. Lembro-me que fiz os primeiros “clicks” ainda miúdo, usando uma Yashica 6×6, oferecida pelo meu pai, antigo mineiro na África do Sul. Entretanto, só me tornei profissional e fotojornalista na Agência de Informação de Moçambique (AIM), onde logo que entrei, em 1983, tive uma formação em fotografia durante dois anos. Era ministrada pelo fotógrafo sueco Anders Nilsson. Depois, em 1985, rumei para diferentes países da Europa para vários estágios… daí em diante a fotografia passou a ser minha linguagem.

Em 2015 a reforma bateu-lhe à porta. Certamente que tem passado muito tempo em casa e tem feito muita introspecção. Ora, se tivesse uma varinha mágica e pudesse recuar o tempo, voltaria a abraçar esta arte? Leia mais…

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