As duas maiores economias, EUA e China, estão numa luta titânica para convencer ao mundo que a outra é a maior vilã das relações internacionais. Recentemente, o director do Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês), Chris Wray, foi a Londres dizer que o gigante asiático é a maior ameaça, a longo prazo, à segurança económica e nacional dos EUA. Em resposta, o ministro dos negócios estrangeiros da China, Zhao Lijian, acusou os EUA de serem “a maior ameaça à paz, estabilidade e desenvolvimento mundiais”. As acusações mútuas levantam, aparentemente, o questionamento sobre qual é a potência que mais ameaça a estabilidade mundial, mas na verdade denunciam a luta pela hegemonia que tem sido travada entre as duas grandes potências.
É um facto que os EUA são a potência hegemónica no sistema internacional e pretendem assim se manter. É também facto que essa hegemonia tem sido desafiada por outras potências, particularmente pela China que tem sido apontada como a potencial potência a substituir os EUA na hegemonia. Na clássica teoria de relações internacionais dir-se-ia que a mudança, em termos de determinação de qual potência efectivamente domina o sistema, seria feita por via de uma guerra onde se definiria um vencedor e um vencido. No entanto, o avanço tecnológico e o potencial de destruição das armas de destruição em massa inibem as grandes potências de travar um confronto directo entre elas. Assim, em vez da confrontação militar directa, as grandes potências optam por travar outro tipo guerras, com particular destaque para a guerra de palavras que tem como objectivo primário convencer a opinião pública internacional sobre os méritos próprios e os deméritos do adversário. Leia mais…
Por Edson Muirazeque *
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