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UE recebe “cartão vermelho” por “interferir” na democratização da RDC

Por Idnórcio Muchanga

Numa decisão inédita, as autoridades da República Democrática do Congo (RDC) deram um “cartão vermelho” à União Europeia (UE), expulsando seu embaixador do país. A decisão surge em resposta à renovação de sanções das autoridades de Bruxelas contra membros do Governo da RDC, incluindo Emmanuel Ramazani Shadary, candidato presidencial do partido do ainda presidente Joseph Kabila. Ao impor sanções, Bruxelas alegou estar a proteger o processo democrático do país. Entretanto, Kinshasa reage alegando que as sanções são uma “flagrante interferência” no processo democrático do país. O elevar da tensão entre Bruxelas e Kinshasa pode ser explicado, por um lado, por razões de “democratização” e protecção dos direitos humanos na RDC e, por outro, por razões de sobrevivência política de Kabila e seus aliados e de demonstração de “independência” do país.

Na primeira dimensão da explicação do braço de ferro entre Bruxelas e Kinshasa enquadram-se as motivações por detrás das contínuas sanções da UE contra membros da elite política governante da RDC. Tais motivações podem ser identificadas como o ideal da protecção dos direitos humanos conjugado com esforço da UE em “democratizar” a RDC. A novela começa em 2016, quando o actual presidente do país, Joseph Kabila, recusou abandonar o poder depois de terminar o seu segundo mandato como presidente eleito. A intenção de Kabila levou a uma série de protestos antigovernamentais que culminaram numa resposta violenta da polícia, que levou à morte de manifestantes.

Por Edson Muirazeque *
edson.muirazeque@gmail.com

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