A imprensa internacional reportou na semana passada, de forma tímida, que os ministros dos negócios estrangeiros e de defesa da União Europeia estavam a discutir uma proposta de autonomização do sector de defesa europeia. O documento “confidencial”, a que a imprensa teve acesso, advoga a necessidade de a União Europeia montar, até 2025, uma força militar conjunta que possa fazer face às ameaças ao bloco europeu, e que seja independente dos EUA. O facto de o documento existir e ministros dos estados-membros da União Europeia estarem dispostos a debater evidencia que o sonho francês, e de outros, de autonomização da defesa europeia parece estar a tomar corpo. Mas esse sonho pode continuar a ser uma miragem.
O dito documento advoga essencialmente que a União Europeia deve obter capacidade de rapidamente mobilizar cerca de 5000 militares para lidar com inúmeras potenciais crises. Em vez de possuir uma força permanente comandada a partir de Bruxelas, esses grupos de rápida mobilização serão uma conjugação de militares de todos estados-membros participantes, formados para desempenhar tarefas específicas e comandados a um determinado nível da União Europeia naquela missão. As tarefas podem variar de missões de evacuação, como aconteceu recentemente no descalabro do Afeganistão, a missões de paz ou humanitárias. A “Capacidade de Mobilização Rápida” da UE teria, portanto, componentes terrestre, marítima e aérea, que poderiam ser acrescentados e retirados de qualquer força permanente, dependendo da crise. Leia mais…
Por Edson Muirazeque *
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