Na semana passada foi noticiado que a Rússia está a “namorar” a República Centro Africana (RCA) para a implantação de uma base militar naquele país da África Central. O “namoro” terá iniciado em Agosto de 2018, quando Bangui e Moscovo assinaram um acordo de cooperação militar sobre o qual foi estabelecido um centro de instrução em Berengo, onde russos treinam militares da RCA. Caso se materialize a intenção, a Rússia vai juntar-se aos EUA e China – completando, assim, a tríade das maiores potências militares do mundo – que já possuem bases militares permanentes no Djibouti. A busca pela instalação de bases militares em África é demonstrativo de que os novos “apetites” das grandes potências que têm sobre o continente estão a trespassar a competição económica e atingem, agora, a dimensão militar.
Três vertentes de análise podem ser avançadas em função deste apetite da “tríade”: a das motivações das grandes potências; a dos efeitos sobre os países em causa; e a dos efeitos sobre o continente africano em geral.
No que diz respeito às motivações das grandes potências deve-se olhar para a localização geográfica das bases da tríade. O Djibouti, onde estão as bases dos EUA e da China, situa-se no Corno de África.
Texto: Edson Muirazeque *
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