O Egipto revive, ainda em baixa intensidade, o pesadelo dos protestos de 2011 que desembocaram na deposição do Presidente Hosni Mubarak. Por detrás dos novos protestos, ocorridos na sexta- -feira 27 de Setembro de 2018, está a mesma causa económica de 2011, a pobreza. Os perto de noventa milhões de habitantes egípcios ressentem-se da carestia de vida e culpam o governo pela situação que o país atravessa.
Ao elemento económico deve-se acrescentar a mobilização política que tem o seu rosto mais visível em Mahomed Ali, um comerciante exilado na Espanha, de onde emite as convocatórias de protestos. E de facto os protestos já iniciaram, apesar do forte aparato securitário instalado, tanto nas mesquitas, como nas principais praças, com maior destaque para a Praça Tahrir, principal palco dos protestos de 2011.
Importa realçar que desde a sua ascensão ao poder, em 2013, depois do golpe de Estado, Abdel Fattah el-Sisi impôs, no Egipto, um regime militarizado. Um regime, diga-se de passagem, que tem conseguido manter uma certa estabilidade quando comparado com o governo do seu antecessor Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Contudo, a economia não parece estar a melhorar. Reporta-se que a inflação, em 2018, atingiu trinta por cento, resultando no encarecimento dos produtos básicos. A taxa de desemprego é de nove por cento num país com noventa milhões de habitantes. Estes elementos se resumem na pobreza que implanta nas populações a predisposição para os protestos. Leia mais…
Por Paulo Mateus Wache*
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