POR EDSON MUIRAZEQUE *
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A resposta não tardou! Depois de Umaro Sissoco Emabló se ter auto-intitulado Kim Jong-un da Guiné-Bissau, o povo acorreu às urnas para dizer que “não temos medo e não queremos um Kim Jong-un na Guiné-Bissau”. As eleições legislativas de domingo passado deram vitória à oposição e Embaló, Presidente da República, não tem outra alternativa senão nomear o seu “arqui-inimigo”, Domingos Simões Pereira, ou alguém da confiança deste, para o cargo de Primeiro-ministro. A coligação liderada pelo PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) venceu as eleições e, segundo a lei do país, é o partido ou coligação vencedor que indica a figura que o Presidente deve nomear para formar governo. Ou seja, os recados e ameaças de Embaló não foram suficientes para dissuadir os eleitores de escolher o partido de Pereira para governar o país, e nem mesmo a estratégia, à boca das urnas, de personificação da figura do “todo- -poderoso” líder da Coreia do Norte foi suficiente para manter o Movimento de Alternância Democrática (MADEM-G15) no poder.
Era suposto que o Presidente da Guiné-Bissau se mostrasse neutral no processo eleitoral que culminou com a ida às urnas no passado dia 4 de Junho. No entanto, as aparições públicas de Umaro Sissoco Embaló foram sempre no sentido de minar a popularidade de Domingos Simões Pereira, seu “declarado inimigo”, e do PAIGC, partido do qual fez parte, mas que abandonou para formar o MADEM-G15. Durante a campanha eleitoral, Embaló chegou a dizer que não nomearia Domingos Simões Pereira, nem o vice-presidente do PAIGC, Geraldo Martins, para o cargo de Primeiro-ministro, ainda que a formação política destes vencesse o pleito eleitoral, enquanto estes não respondessem a alegados casos, que não especificou, na Justiça. Leia mais…