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ONU chumba resolução “americana” condenando o Hamas

Por Idnórcio Muchanga

A Assembleia-Geral das Nações Unidas “chumbou” uma proposta de Resolução que os EUA trabalharam “bastante” para que fosse aprovada na organização mundial. Apoiada fortemente pelo Estado de Israel, a resolução pretendia condenar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) por lançar roquetes contra o território israelita. Embora tenha obtido a maioria dos votos dos membros da Assembleia (87 a favor, 57 contra e 33 abstenções), a proposta de resolução foi chumbada por não ter conseguido amealhar os três terços que eram requeridos para a sua aprovação. A rejeição da proposta pode significar que, embora o Hamas seja considerado grupo terrorista, muitos membros das Nações Unidas estão dispostos a fazer “vista grossa” às suas actividades em face das atitudes israelitas nos territórios palestinianos por si ocupados.

Antes de se desenvolver o argumento deste artigo, é importante, primeiro, dizer-se que o Hamas emergiu no final da década de 1980, no contexto da “guerra das pedras” (Intifada), em que adolescentes e jovens palestinianos “travaram” contra as Forças de Defesa de Israel (FDI). As imagens das FDI armadas e a “combater” adolescentes com pedras e paus correram o mundo todo. A revolta fora iniciada em sinal de repúdio contra os vinte anos de ocupação israelita da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Originário de uma cisão no seio da Irmandade Islâmica, o Hamas viria a ter uma aceitação significativa nos territórios palestinianos ocupados por Israel, a ponto de se tornar no segundo maior grupo organizado depois da al-Fatal. Tal aceitação terá se devido aos serviços sociais que este grupo terá providenciado, ao longo do tempo, a palestinianos carentes em face da incapacidade das autoridades árabes dos territórios.

Por Edson Muirazeque *
edson.muirazeque@gmail.com

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