Por Edson Muirazeque *
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O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou, semana passada, que África tem um “plano de paz” para pôr termo ao conflito que opõe a Rússia da Ucrânia. De acordo com Ramaphosa, os líderes dos dois países desavindos, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, mostraram-se receptivos a tomar em consideração a iniciativa e mostraram-se disponíveis a receber a “missão africana de paz”, respectivamente em Moscovo e Kiev.
A anunciada iniciativa de paz vem juntar-se a outras de “países não-alinhados”, que procuram aproximar as partes e terminar um conflito que está a ter repercussões adversas para todo o mundo. Desconhecendo o seu conteúdo específico e sendo ainda prematuro dizer se o plano africano vai efectivamente ajudar a terminar o conflito, o anúncio em si traz um efeito simbólico significativo para o continente, pois, finalmente, os países africanos parecem estar dispostos a sair da situação de passividade a que têm sido relegados para se colocarem como actores activos no concerto das nações.
O anúncio do “plano africano de paz” foi feito numa altura em que o continente africano, no geral, e a África do Sul, em particular, têm estado sob intenso escrutínio e pressão dos EUA e de países europeus em torno da sua posição em relação ao conflito. Aliás, nos últimos dias a África do Sul tem estado sob “pressão” desde que o embaixador dos EUA, Reuben Brigety, acusou o país de ter fornecido armas à Rússia através do navio russo Lady R, que atracou na base naval de Simon’s Town, na Cidade do Cabo, em Dezembro de 2022. Ramaphosa teve de vir a público reiterar a posição de “não-alinhamento” do seu país, tendo explicado que assim o faz para “contribuir para a criação de condições que tornem possível uma resolução duradoura do conflito”. Leia mais…