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“Obsessão anti-iraniana” obstaculiza a reconstrução da Síria

Por admin

Abalada por mais de sete anos de guerra civil, a Síria está com uma urgente necessidade de atrair financiadores para a sua reconstrução. Uma solução imediata para esta necessidade podiam ser os países “irmãos” da Liga dos Estados Árabes (LEA), alguns deles dotados de enormes recursos financeiros graças à sua posse de enormes quantidades de petróleo. Entretanto, tal “irmandade” está a ser posta em causa devido a uma “obsessão” que alguns dos países “irmãos” da Síria, “comandados” por Washington, nutrem contra o Irão. Com efeito, pode dizer-se que a “obsessão anti-iraniana” está a obstaculizar o “regresso” da Síria ao concerto das nações e a sua consequente reconstrução. 

A obstaculização das possibilidades de reconstrução da Síria foi notória na cimeira da LEA realizada neste fim-de-semana em Beirute, Líbano. Depois de previamente terem confirmado a sua presença na cimeira de Desenvolvimento Económico e Social Árabe, nas vésperas da reunião alguns chefes de Estado decidiram boicotar a reunião. Os emirs do Qatar e do Kuwait anunciaram que não participariam na cimeira, o Egipto decidiu enviar o seu primeiro-ministro ao invés do Presidente e o presidente da Autoridade Palestiniana disse que estaria em Nova Iorque durante a cimeira.

No que à Síria diz respeito, os estados “irmãos” da LEA não conseguem chegar a consenso sobre que posição deve ser tomada. A qualidade de membro do país na organização foi suspensa em 2011, altura em que também foram impostas sanções económicas, supostamente por as autoridades terem tido uma resposta violenta contra os manifestantes que à rua se fizeram no contexto do que ficou baptizado como “Primavera Árabe”. Aliás, existem duas posições contrárias no seio da organização: uma defende que não se pode abandonar a “irmã” Síria e, por isso, ela deve ser readmitida como membro de pleno direito. Pode-se colocar neste grupo, por exemplo, o Iraque que não chegou a cortar relações diplomáticas com a Síria; o Sudão, cujo presidente foi o primeiro líder da LEA a efectuar uma visita a Damasco desde o início da guerra civil; e os Emiratos Árabes Unidos e o Bahrein que, seguindo o exemplo de Bashir, reabriram as suas embaixadas no país. 

Texto:Edson Muirazeque * 

edson.muirazeque@gmail.com

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