Por cá, até aos primórdios da década de 80 pouco se sabia acerca da Malásia. A notoriedade internacional veio por intermédio do filme “Sandokan: O tigre da Malásia”, cujo protagonista esbanjava bravura e tenacidade. Hoje, e sem perder os laços com as suas profundas tradições, a Malásia agiganta- -se economicamente, desfila modernidade urbana e surpreende à farta a cada quarteirão.
“Sandokan” é um pirata que se aventurava pelos mares do Sul da Ásia para lutar contra a invasão inglesa e a expansão dos mercadores indianos. Esta indomável personagem foi criada pela mente fértil de Emílio Salgari, um escritor italiano, e não por ficcionista malaio, o que é espantoso.
As aventuras fabulosas deste protagonista, de origem real, fizeram delirar os adolescentes e jovens do mundo inteiro que também se deixavam embalar pela trilha sonora. Era uma espécie de “cola-tudo cerebral”, pois, mesmo sem querer, todos cantarolavam “Sandokan, Sandokan, hê-hê-hê, Sandokan”.
Para além deste filme, foi produzido um seriado com seis episódios e lançadas outras obras literárias como “Os Mistérios da Selva Negra”, “Os Piratas da Malásia”, “Os Tigres de Mompracem”, “Os Dois Tigres”, “O Rei do Mar”, “A conquista de um império”, “A revanche de Sandokan”, entre outros.
Porém, o tempo passou e hoje são poucos os adolescentes e jovens da Malásia que dizem ter ouvido falar do tal Sandokan. Para estes, as referências são outras e têm a ver com a nova realidade social e económica que o país vive.
Agora o país virou um pólo multicultural aberto ao mundo, onde os locais convivem e deixam-se miscigenar com indianos, chineses, tailandeses, cambojanos, singapurianos, bruneianos e até mesmo com africanos, pese embora estes últimos sejam contáveis aos dedos das mãos. Leia mais…
Texto de Jorge Rungo
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