As sanções económicas norte-americanas ao Irão estão a produzir sangue e luto naquele país do Médio Oriente. De facto, as sanções económicas são punições económicas impostas por um Estado ou mais a outro (s) Estado (s). O objectivo principal das sanções é mudar o curso da situação no estado sancionado. Esta mudança de curso pode ser alcançada forçando o Governo do dia a mudar os seus posicionamentos ou através de mudança de regime. A mudança de regime pode ser induzida a partir de dentro (manifestações ou golpes de estado) ou através de intervenção militar.
No caso do Irão está a haver uma tentativa de mudança de regime a partir de dentro com recurso às manifestações. Apesar de as manifestações em curso, desde 15 de Novembro corrente, serem contra o aumento de preços de combustíveis, esse aumento deriva das sanções. Importa esclarecer que, neste momento, o pacote de sanções americanas ao Irão inclui a proibição de: (i) venda de aeronaves ao Irão, (ii) realização de transacções com instituições financeiras iranianas e (iii) uso de portos e embarcações do Irão com fins comerciais. Os dois últimos pontos atacam o sector financeiro e comercial, o que deixa o país sem divisas para o funcionamento normal do Estado.
Por exemplo, desde que as sanções reiniciaram, a 8 de Maio de 2018, com a retirada unilateral dos EUA do Acordo Nuclear alcançado em 2015 e assinado pelos EUA, a França, o Reino Unido, a China, a Rússia e a Alemanha, a economia iraniana diminuiu 10% do seu Produto Interno Bruto, os bens ocidentais, porque proibidos, os que ainda existem no mercado quadruplicaram o preço, os salários foram reduzidos à metade. Este quadro económico propicia o levantamento popular contra o seu governo que pode resvalar em mudança de regime, resultado esperado pelos impositores das sanções. Leia mais…
Por Paulo Mateus Wache*
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