O discurso de “presente envenenado” que o “Ocidente” tem tentado colar à China em África parece não ter “pernas para andar”. Ao invés de as lideranças africanas retraírem-se das “investidas” chinesas, que é o que os ocidentais gostariam que acontecesse, elas veneram-nas publicamente sempre que os ocidentais tomam “medidas para proteger” os “direitos humanos” nos países africanos.
Na semana passada, o Presidente da Tanzânia, John Magufuli, criticou os países e organizações ocidentais que estão a “punir” o seu país por supostamente as condições humanitárias estarem a deteriorar-se. No entanto, na mesma alocução o Presidente tanzaniano teceu “rasgados” elogios aos “incondicionalismos” dos chineses.
O mal-estar estabelecido entre os ocidentais e a liderança tanzaniana pode ser lido sob duas perspectivas: a da aversão às imposições ocidentais e a da multipolaridade inclusiva.
As críticas de Magufuli surgem em virtude de a Dinamarca, a União Europeia e o Banco Mundial terem decidido congelar fundos essenciais para o desenvolvimento do país. Tal decisão dos ocidentais foi originada pelos supostos “comentários homofóbicos inaceitáveis” do comissário regional de Dar-Es-Salaam e por o Estado ter decretado uma política que proíbe que raparigas que tenham estado grávidas sejam readmitidas nas escolas. Com a decisão, os ocidentais auguram-se estar a proteger os direitos humanos, tentando impedir que as autoridades tanzanianas continuem a “deter membros da oposição e defensores da liberdade de imprensa e continuem a recusar oferecer serviços médicos a membros da comunidade lésbica, gay, bissexual, transsexual e intersexo”.