TEXTO DE JÚLIO MANJATE
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Os ideais do pan-africanismo voltaram a mexer na semana antepassada na cidade russa de São Petersburgo, mais ou menos motivados pelo mesmo desejo de há um século: construir uma identidade comum para os africanos, com os olhos postos no futuro. Entre as várias sessões plenárias organizadas no âmbito da segunda Cimeira Rússia-África realizada nos dias 27 e 28 de Julho último em São Petersburgo, na Federação Russa, havia uma dedicada ao tema “Pan-africanismo: origens, relevância e futuro”. Para o painel foram convidados oito descendentes de proeminentes combatentes pela liberdade do continente africano, que se notabilizaram durante a primeira metade do Século XX.
Perante uma plateia composta por cerca de quinhentas pessoas, entre jornalistas, editores e investigadores ligados a instituições de pesquisa em comunicação social e história de África, sentaram-se Josina Machel, filha do primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel; Nomatemba Tambo, filha de Oliver Tambo (África do Sul); Mehdia Ben Bella, filha de Ahmed Ben Bella (Argélia); Madaraka Nyerere, filho de Julius Nyerere (Tanzania); Roland Lumumba, filho de Patrice Lumumba (Ex-Zaire); Kaweche Kaunda filho de Kenneth Kaunda (Zâmbia); Ndileka Mandela, neta de Nelson Mandela (África do Sul); e Gamal Abdel Nasser Jr., neto de Gamal Abdel Nasser (Egipto). Moderou o painel Moussa Ibrahim, que foi ministro da Informação e porta-voz do então presidente líbio Muhamar Kadafi.
O mote era partilhar a visão e perspectivas que este grupo propõe de abordar o pan-africanismo como um exercício de construção de uma África mais virada para o futuro, e assente em alicerces do diálogo, da amizade e respeito às dinâmicas geracionais. Leia mais…