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Guaido levanta as mãos mas seus aliados…

Por Idnórcio Muchanga

AVenezuela foi a eleições recentemente e, sob olhar atento de observadores internacionais provenientes dos EUA e da União Europeia, os venezuelanos deram uma vitória avassaladora aos maduristas. De um total de 23 postos de governador, o Partido Socialista de Nicolas Maduro amealhou 20. Os partidos da oposição, que acreditavam que a presença dos seus “aliados externos” constituía oportunidade para a sua ascensão, viram as suas expectativas goradas e elegeram somente 3 governadores. Guaido levantou as mãos e reconheceu que a estratégia da oposição fracassou por completo. A União Europeia, ainda sem apresentar o seu relatório final de observação eleitoral, indicou ter havido melhorias no processo. No entanto, os EUA continuam a “espernear” e já avançaram que o processo não foi livre e nem justo, como que a dizer que isso somente ocorrerá quando os maduristas forem derrubados.

Há quatro anos que a oposição se recusava a participar em processos eleitorais na Venezuela. As eleições presidenciais de 2018 mergulharam o país num conflito pós-eleitoral que fez com que a oposição boicotasse quaisquer eleições seguintes. Em causa estava a contestação de que Nicolas Maduro, presidente, tinha sido eleito de forma fraudulenta e a oposição exigia a sua saída do poder. Apoiado pelo Ocidente, Juan Guaido chegou a autoproclamar-se presidente interino sem, no entanto, tomar o controlo real do poder. Entre ultimatos contra Maduro, imposição de sanções económicas, reconhecimento de Guaido por parte da “comunidade internacional”, confiscação de riqueza Venezuela no exterior, e outras formas de pressão para a queda de Madura, o presidente venezuelano manteve-se impávido no poder. A oposição não viu outra opção senão reconhecer a legitimidade daquele e iniciou-se, assim, um diálogo intra-venezuelano entre a oposição e o governo de Maduro.

É, eventualmente, em resultado do diálogo intra- -venezuelano que os partidos da oposição decidiram, desta vez, aceitar fazer parte de um processo eleitoral. A condição para isso era que as eleições tivessem observadores internacionais, exigência a que o governo anuiu. Com efeito, nas eleições regionais e locais recentemente realizadas estavam presentes observadores internacionais, incluindo os provenientes da União Europeia e dos EUA. A oposição voltou aos processos eleitorais, talvez, acreditando que a presença dos seus “aliados externos”, já que são maioritariamente os países da União Europeia e os EUA que reconhecem e apoiam Guaido, era uma garantia de vitória. Aliás, uma eventual derrota dos candidatos do partido de Maduro enviaria a mensagem de que o povo está com a oposição e não com o governo dos maduristas. Isso seria um bom indicador para as próximas eleições presidências a serem disputadas em 2024, onde o líder da oposição, Juan Guaido, espera derrotar Maduro. Leia mais…

Por Edson Muirazeque *
edson.muirazeque@gmail.com

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