Muito se tem falado e escrito em torno da relação entre África e as velhas e as novas potências. Argumentos têm sido esgrimidos para mostrar, e convencer os africanos, que é melhor relacionar-se com este ou aquele actor da arena internacional. As tradicionais potências do sistema internacional, vulgarmente designadas Ocidente, e as emergentes, agrupadas no fórum BRICS ou em outras plataformas, têm estado na dianteira desta “luta de elefantes” para convencer os africanos sobre o que é melhor para estes.
Entre condicionalismos e supostos incondicionalismos no relacionamento com África, o facto é que o continente está diante de dois males e a pergunta que se coloca é: qual dos males abraçar? Começando pelo começo: quem são as velhas e as novas potências? Para efeitos analíticos, por velhas potências entenda-se o conjunto de países que comummente têm sido designados Ocidente, uma referência às antigas potências coloniais europeias. Neste grupo deve- -se adicionar, devido à proximidade de posições e atitude em torno dos grandes assuntos da agenda global, os EUA. Por novas potências entenda- -se o fórum BRICS, que pode ser considerado representativo das potências emergentes, com a ressalva de que a Rússia não se enquadra na tónica de emergente.
As velhas potências penetraram o continente em nome da propagação do evangelho. Ao penetrar o continente pilharam os seus recursos, incluindo a compra e venda do recurso humano, em nome do estabelecimento de trocas comerciais. Aliás, alegando-se a “necessidade de civilizar” o continente negro decidiram dividir África, colonizando- -a, tudo porque pretendiam manter o balance of power no continente europeu. Libertada a África, as velhas continuam a tentar controlar África por meio de ajudas às quais condiciona-se, o acesso, ao cumprimento das narrativas da liberdade, dos direitos humanos e da democracia. Leia mais…
Por Edson Muirazeque *
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