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Donald Trump: um erro histórico ou um erro estratégico dos EUA?

Por Idnórcio Muchanga

A “comunidade internacional” mostra-se “escandalizada” pelo facto de o Presidente dos EUA, Donald Trump, estar engajado em fortalecer as relações com a Arábia Saudita mesmo depois de a CIA ter confirmado que a ordem para assassinar o jornalista Jamal Khashoggi veio do príncipe herdeiro do trono do reino.

No “ideal” da “comunidade internacional”, o líder da actual superpotência devia mostrar uma atitude firme contra as autoridades de Riade, incluindo a imposição de sanções, por exemplo, embargando a venda de armas ao reino. Porém, Trump afirma abertamente que o caso do assassínio de um homem não pode levar os EUA a perderem as divisas que vão encaixar da relação com os sauditas.

Este aparente paradoxo levanta uma questão: a eleição de Trump terá sido um “erro histórico” ou se se tratou de um “erro estratégico” dos EUA.

Para responder à questão colocada é necessário, primeiro, definir os dois conceitos avançados. Por “erro histórico” entenda-se tomar uma atitude ou decisão de forma ingénua, sem ter noção das consequências adversas que poderão dela resultar. No caso vertente, seria a eleição de um candidato sem a noção exacta de como este conduziria a política externa do país e qual seria a resposta dos outros actores relevantes do sistema internacional. Por outro lado, “erro estratégico” seria um não erro, ou seja, a tomada de uma atitude ou decisão aparentemente ingénua, com a noção clara das suas consequências adversas, com o objectivo de ludibriar outrem. No caso em análise, o “erro estratégico” aplica-se à ideia de os americanos terem eleito um presidente com um temperamento atípico, com posições de política externa aparentemente impensadas e erráticas, mas que, “no final do dia”, promovem o interesse nacional dos EUA.

Texto Edson Muirazeque *

edson.muirazeque@gmail.com

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