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“Cimeira da salvação da Rússia”– “capim africano” gazeta mas não desampara Moscovo

Por Jornal domingo

POR EDSON MUIRAZEQUE *

EDSON.MUIRAZEQUE@GMAIL.COM

Renegada na Europa e pelos EUA, a Rússia procura “refúgios seguros” para mostrar que continua a ser um actor relevante nas relações internacionais. Na semana passada, Vladimir Putin reuniu- -se, em São Petersburgo, com alguns líderes africanos, naquela que pode ser chamada de “cimeira de salvação da Rússia”. No entanto, pela ficha técnica de participação de chefes de Estado e de governo africanos, as coisas certamente não correram como o Kremlin gostaria que fosse. A ausência de muitos chefes de Estados e/ou governo sugere que o “capim africano” está a tentar sobreviver na luta que os “elefantes” da ocidentalmente designada guerra fria mais uma vez decidiram levar para o continente negro gazetando mas não desamparando a Rússia.

Há um velho ditado africano que postula que “quando dois elefantes lutam, o capim é que sofre”. Durante a ocidentalmente designada guerra fria os países do continente africano aparentavam ser actores relevantes das relações internacionais, contando que eles serviam de espaço preferencial para a confrontação entre os “elefantes” contendores da tal guerra. Os EUA e a União Soviética usaram os países do continente, “o capim africano”, como palco preferencial para digladiação militar já que não podiam enfrentar-se directamente nos seus espaços geográficos. Várias guerras travadas no continente negro foram “encomendadas”, ou patrocinadas, pelas duas superpotências na sua ânsia por acumular esferas de influência e dominar o mundo.

Terminada a designada guerra fria, África virou ao esquecimento, tendo sido marginalizada por aparentemente não mais possuir o valor estratégico que desempenhou enquanto os dois elefantes se digladiavam. Aliás, o “elefante” União Soviética enfraqueceu- -se com o seu desmembramento no início da década de 1990, com a sua herdeira-mor a precisar de tempo para se recompor e voltar às aventuras em África. O continente voltou a ser relevante no início da primeira década do presente século XXI, particularmente quando começaram a ser anunciadas inúmeras reservas de recursos valiosos. Aliás, com a institucionalização de cimeiras entre a emergente China, ávida por explorar tais recursos, virou “moda” as grandes potências, particularmente as permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizarem cimeiras com o continente africano Leia mais…

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