A China apresentou nesta sexta-feira (17) o seu terceiro porta-aviões, o maior e mais moderno da sua frota e que representa um grande marco no progresso militar do gigante asiático.
A sua apresentação coincide com um momento de tensão entre a China e Estados Unidos sobre o status de Taiwan, a ilha de 24 milhões de habitantes governada de forma autónoma e democrática, mas que Pequim considera parte do seu território. O novo porta-aviões “Fujian”, nomeado assim em homenagem a uma das províncias chinesas como diz a tradição, apresenta importantes melhorias tecnológicas em relação aos seus antecessores. A nova plataforma é “o primeiro porta-aviões de catapulta completamente projetado e construído pela China”, informou a televisão estatal CCTV.
O navio foi colocado no mar numa cerimónia com a presença de um regimento de marinheiros vestidos de branco que aplaudiram sob nuvens coloridas de vapor lançadas sobre o navio para comemorar a sua estreia. Esta introdução marca um importante passo no avanço militar da China. O “Fujian” possui tecnologia significativamente mais avançada do que os seus dois antecessores, incluindo um sistema de propulsão electromagnética, que permite que os aviões sejam carregados com mais reservas de combustível e armas. Ele agora passará por vários testes no mar e será devolvido às forças navais. A China não especificou quando entrará em serviço, mas não será imediatamente e o processo pode levar anos.
“PONTO DE INFLEXÃO”
A cerimónia de lançamento coincide com o aumento das tensões geopolíticas com os Estados Unidos sobre a região Ásia-Pacífico e com inúmeras disputas territoriais com outros países sobre o Mar da China Meridional.
O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, alertou os Estados Unidos na semana passada que o seu país lutará “a qualquer custo e até o fim” para impedir que Taiwan declare independência.
Collin Koh, pesquisador da Universidade Tecnológica Nanyang de Singapura, disse que o navio pode marcar um “ponto de inflexão” para a Marinha chinesa.
“A Marinha chinesa provavelmente usará os seus porta-aviões para dissuasão em tempos de paz e para missões de alta intensidade em tempos de guerra”, comentou o especialista.
A nível da política interna, “um porta-aviões também simboliza a força de um país e alimenta o discurso do Partido Comunista Chinês (PCC)”, acrescenta.
No entanto, pode levar anos até que o “Fujian” esteja totalmente operacional. O primeiro navio desse tipo da Marinha chinesa, o “Liaoning”, entrou em serviço em 2012 e serviu principalmente como plataforma de treinamento.
O conhecimento acumulado foi posteriormente utilizado para o “Shandong”, o primeiro porta-aviões construído inteiramente pela China e comissionado no final de 2019. Mas, ao contrário dos porta-aviões movidos a energia nuclear dos EUA, o navio chinês usa tecnologia convencional.
Segundo Janes, agência de referência para informações militares, os Estados Unidos são o líder mundial na frota de porta-aviões com 11, à frente da China e do Reino Unido com dois totalmente operacionais.
Rússia, França, Itália, Índia e Tailândia aporem um porta-aviões.