Diz um adágio popular que há “males que vêm por bem”. O caso do assassinato de Jamal Khashoggi parece enquadrar-se perfeitamente nesta máxima popular, já que finalmente os EUA decidiram “chantagear” as autoridades sauditas para pôr fim às suas investidas militares no Iémen.
Os Secretários de Defesa e de Estado dos EUA, Jim Mattis e Mike Pompeo, respectivamente, pediram, semana passada, um cessar-fogo no Iémen, urgindo ao fim das hostilidades e à suspensão dos ataques aéreos da coligação árabe liderada pela Arábia Saudita. Mattis chegou mesmo a definir um prazo de trinta dias para as partes sentarem-se à mesa de negociações para pôr fim à guerra.
Se as exigências dos dois governantes se materializarem, os iemenitas “respirarão” de alívio depois de três anos de intervenção externa de actores que usam o país como teatro de operações para avançarem agendas próprias para dominarem a região.
A confrontação entre os houthis, um movimento político-religioso professante de uma seita shiita, o zaidismo, e o governo internacionalmente reconhecido data de 2004, mas durante os onze anos que se seguiram as hostilidades estiveram confinadas na “fortaleza” dos houthis, a pobre província de Saada, no norte do Iémen.
Por Edson Muirazeque *