O antigo primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair foi agraciado com o título de “Sir” e o grau de Cavaleiro (“Knight Companion”) da Ordem de Garter, a mais antiga e mais elevada ordem honorífica do Reino. A atribuição da condecoração a Blair está, contudo, a ser questionada por muitos cidadãos britânicos que consideram que o antigo primeiro-ministro não é merecedor de tamanha honra. Os contestatários até já lançaram uma petição que, na altura em que se escrevia este artigo, já havia atingido mais de um milhão de assinantes. O argumento-chave dos que advogam que Blair deve ser “desonrado” é o papel desempenhado por este político na “maior mentira” do início do século 21, quando, colocando-se do lado do então Presidente dos EUA George W. Bush, invadiu o Iraque alegando que Saddam Hessein era a maior ameaça à estabilidade mundial por possuir armas de destruição em massa.
Fundada em 1348 por Eduardo III, a Ordem de Garter é “concedida pelo soberano por serviços públicos e realizações excepcionais”. As nomeações para a Ordem são uma dádiva da Rainha e são feitas sem aconselhamento do gabinete do primeiro-ministro. Elas são atribuídas para toda a vida, a menos que um Cavaleiro ou Companheira ofenda alguns “pontos de reprovação”.
Tony Blair liderou o Partido Trabalhista para uma vitória eleitoral em 1997. A partir daí, ocupou o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido até à sua renúncia em 2007. Catorze anos após abandonar o poder, eis que Isabel II lhe agracia com a mais alta condecoração do Reino, o que prenuncia que a Rainha considera que Blair prestou um “serviço público e teve realizações excepcionais” enquanto chefiou o governo. Leia mais…