O caminho tortuoso para a saída do Reino Unido da União Europeia enfrenta o dilema de prolongar a permanência por mais tempo ou saída sem acordo. Este dilema resulta da decisão da Cimeira do Conselho Europeu do dia 21 de Março de 2019. Na ocasião, Teresa May, depois de duas votações (15 e 16 de Janeiro e 12 e 14 de Março de 2019) que rejeitaram o acordo com a União Europeia para a saída da organização solicitou à União Europeia o prolongamento do prazo inicialmente previsto para dia 29 de Março. Na ocasião a cimeira aceitou adiar a saída do Reino Unido até 22 de Maio de 2019. Mas essa extensão só seria possível se o Reino Unido conseguisse aprovar em sede do Parlamento o acordo. Caso o acordo fosse rejeitado então a data de saída sem acordo seria o dia 12 de Abril de 2019.
Diante do posicionamento do Conselho Europeu, Teresa May regressou a Westminster determinada a convencer os membros do Parlamento a votarem no acordo de saída, chegando mesmo a prometer que se tal não acontecesse ela abdicaria do cargo. A estratégia não funcionou porque na votação do dia 29 de Março de 2019, o Parlamento Britânico rejeitou pela terceira vez o acordo com o resultado de 344 deputados que votaram contra e 286 a favor do acordo.
Em jeito de precaução, o presidente do Conselho Europeu convocou, para o dia 10 de Abril, uma cimeira extraordinária para discutir a situação da saída do Reino Unido. De facto, o Parlamento Britânico pode ainda fazer uma quarta votação para ver aprovado o acordo, o que possibilitaria uma saída suave a 22 de Maio. Mas pelo ambiente que se vive em Westminster a possibilidade da aceitação do acordo parece remota. E caso não se aprove o acordo, então o Reino Unido, de acordo com o consenso alcançado a 21 de Março, terá de escolher entre prolongar a permanência ou sair sem acordo.
