• Orientação oficial dos partidos para segundo turno nem sempre é seguida
Não está nada fácil a vida dos políticos para o segundo turno da eleição presidencial. Pressionados pela posição dos eleitores, dos partidos e de lideranças, boa parte deles têm dificuldades em se posicionar em relação ao voto em Aécio Neves (PSDB) ou Dilma Rousseff (PT) neste domingo.
Com maior ou menor engajamento, o número de deputados estaduais e federais que endossam as candidaturas lembra o equilíbrio apresentado nas pesquisas eleitorais.
Aécio Neves conquistou em Santa Catarina sua maior vantagem percentual entre todos os Estados brasileiros – 52,89%. Para reverter essa vantagem de cerca de 800 mil votos, Dilma Rousseff passou a contar oficialmente com as duas maiores máquinas partidárias do Estado, o PSD do governador reeleito Raimundo Colombo e o PMDB do senadorLuiz Henrique da Silveira. Pelo menos, no papel.
Colombo entrou em campo e tem colocado em favor da presidente petista (Dilma) o peso de liderança reeleita em primeiro turno. Dessa forma, dissuadiu prefeitos e deputados a fazerem campanha aberta para Aécio, o que poderia ampliar ainda mais a vantagem do tucano no Estado.
Sema finda, foi o PSD quem patrocinou o comício de Dilma em Florianópolis – conseguindo colocar no palco antigos rivais do PT local como o deputado estadual Gelson Merisio e o deputado federal eleito Cesar Souza. Mas há dissidências. Eleito deputado federal, João Paulo Kleinübing (PSD) tem evitado manifestações. Declarou voto a Aécio, mas não fez campanha para ele. Postura semelhante tem o deputado estadual Darci de Matos, líder da bancada do PSD.
– Eu voto no Aécio, mas tenho oposição do governador Raimundo Colombo.
O PMDB estadual ensaiou a liberação dos filiados no segundo turno, mas aceitou a pressão do vice-presidente Michel Temer e anunciou apoio formal a Dilma. Praticamente, ao mesmo tempo, o vice-governador e presidente estadual da sigla, Eduardo Pinho Moreira, partiu em viagem de cunho pessoal à França. Luiz Henrique manteve-se isolado em Itapema, de onde escreveu artigos conclamando os eleitores a seguir "os ventos da mudança".
Quem está com quem?
Aécio conta com o apoio de oito eleitos. Na lista, estão os dois mais votados, Esperidião Amin (PP) e João Rodrigues (PSD), além do peemedebista Valdir Colatto.
Outro sete estão com Dilma, um grupo engrossado pela maior parte da bancada do PMDB, Jorginho Mello (PR) e Cesar Souza (PSD). Apenas um deputado declarou neutralidade: Rogério Peninha (PMDB).
No Senado, enquanto Luiz Henrique apenas dá sinais de tucanar, Casildo Maldaner declarou seu voto a Aécio na tribuna. Posição oposta a de Dário Berger, que vai substituí-lo em 2015.
Entre os prefeitos das maiores cidades de SC, Dilma tem o apoio de Cesar Souza Junior (PSD), de Florianópolis, e Adeliana Dal Pont (PSD), de São José, enquanto Aécio conta com Napoleão Bernardes (PSDB), de Blumenau.