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A crise franco-italiana e o declínio do mundo pós-moderno

Por admin

O vice-primeiro-ministro da Itália, Luigi Di Maio, visitou a França, no dia 6 de Fevereiro de 2019, e reuniu-se com os representantes dos “coletes amarelos”, um grupo de manifestantes que exige a demissão do Presidente francês, Emmanuel Macron, desde Outubro do ano passado. A atitude de Di Maio, de reunir-se com os manifestantes, foi mal recebida por Paris que acusou Roma de interferência e de proferir declarações ultrajantes.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da França, Agnes Von Der Mühll, foi peremptória afirmando que a “última interferência é mais uma provocação inaceitável. [Itália] viola o respeito devido à escolha democrática, feita por um povo amigável e aliado. Viola o respeito que os governos democráticos e livremente eleitos devem ter entre si”. Na sequência deste incidente a França retirou o seu embaixador da Itália.

Do ponto de vista teórico, o posicionamento da ministra Agnes Von Der Mühll denuncia o declínio do mundo pós-moderno na perspectiva de Robert Cooper. Importa esclarecer que Cooper, na sua obra The Beaking of Nations: Order and Chaos in Twenty First Century, publicada em 2003, defende que com o fim da guerra fria o equilíbrio de poder e o impulso imperial cessaram como conceitos de governação e como consequência o mundo deixou de ter um único sistema político e fragmentou-se em três mundos, a saber: o mundo pré-moderno, o mundo moderno e o mundo pós-moderno. 

Texto: Paulo Mateus Wache*

PWache2000@yahoo.com.br

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