
Divergências à parte, a questão fundamental reside na importância de dar informação e orientações adequadas às raparigas, de forma que não fiquem alarmadas. Relatos de desespero de quem nunca tinha ouvido falar de ciclo menstrual são hilariantes, mas ao mesmo tempo preocupantes. A enfermeira Isabel lembra-se da história de uma jovem, que foi parar ao hospital atormentada quando viu a sua primeira menstruação. “Achava que tinha sido enfeitiçada. Chegou a pedir dinheiro de transporte para regressar à respectiva terra natal (fora de Maputo), onde achava que teria tratamento tradicional para acabar com o ‘feitiço’”, narra. “Somente entendeu que se tratava de algo natural, quando recebeu orientações e uma explicação sobre ciclo menstrual”, acrescenta.
PAPEL DA ESCOLA
O que ocorre é que, em alguns contextos sociais, este assunto “era/é tabu”, observa a profissional de saúde aposentada. Entretanto, observa que hoje em dia a situação tende a mudar, porquanto “a escola está a desenvolver um bom trabalho. A maioria das crianças toma conhecimento através de matérias leccionadas na escola”.