
A justificativa para a festança não poderia ser outra: aniversário natalício. E em tratando-se de gente importante, a data não poderia passar despercebida. Era preciso festejar bem festejado de preferência com meio mundo convidado.
Uma confissão (sincera e honesta): Bula-bula, mundano que é, também grama maning de farras, porque singular oportunidade para comer e beber, rever velhos amigos e familiares e, quiçá, mexer o esqueleto, que até faz bem à saúde.
Agora, juntar mais de 100 convidados não parece ser coisa para os tempos que correm. Todos, sobretudo uma legisladora, sabem qual é o dever ser do momento.
Parecendo que não, as fotografias e vídeos que estão a circular nas redes sociais mostram como todas as medidas de prevenção da covid-19 foram literalmente violadas. Até houve abraços, beijinhos e queijandos. Escusado é falar do momento de pousar para a posteridade... um autêntico aglomerado.
Pelos vistos, esta coisa de usar máscaras, respeitar o distanciamento ou evitar aglomerados é para pé-rapado, não para figuras de proa como o é uma deputada que até prova em contrário age e fala em nome de todos nós.
A indignação de Bula-bula surge exactamente por se tratar de gente da qual o povo espera ver exemplos de boas atitudes sobretudo em momentos delicados como este em que os números diários de infecção superaram a barreira psicológica de 800. Até a capacidade de internamento dos hospitais está quase a se esgotar.
De um deputado espera- -se um comportamento que de per si ajude as autoridades da Saúde que por estas alturas andam com a voz roca de tanto gritar na vã tentativa de incutir nas pessoas a importância do cumprimento das medidas de prevenção desta mortífera doença.
Pelo rumo que as coisas estão a tomar, esta “mania” de enveredar por conduta exemplar vai caindo em letra morta. Está a ganhar campo a máxima segundo a qual “Faça o que eu digo, não o que eu faço”.
Pobres são os que ficaram em casa, mas que mesmo assim correm sério risco de serem infectados.