
Na percepção do Presidente francês, o sentimento anti-França de várias décadas de permanência da França em África, numa “relação muito institucional” com chefes de Estado e empresas. Macron considera que este sentimento é partilhado por algumas lideranças africanas, mas que a Rússia e a Turquia são as maiores responsáveis pela sua disseminação nos media. Diz ele que os dois países traçaram uma estratégia para financiar a produção e publicação de mensagens contrárias aos interesses franceses em África. Apesar das acusações, o Presidente francês não indicou nenhuma evidência, ou exemplo, de algum media que supostamente recebe tal financiamento.
Tal como o próprio Macron reconheceu, os ressentimentos pós-coloniais de alguns africanos, especialmente das antigas colónias francesas, provêm da “teimosia” da antiga potência colonial em querer manter a dominação no período pós-colonial. Há uma percepção de que a França pretende continuar a manter o seu império colonial em África, impedindo que as suas antigas colónias fiquem realmente independentes. A sua pré-disposição em ajudar a resolver desafios enfrentados pelos países do seu antigo império colonial é, muitas vezes, interpretada como tentativa de “interferir” nos assuntos internos das antigas colónias. A existência de líderes que demonstram tal ressentimento pós-colonial representa, portanto, a vontade destes líderes de se libertarem das amarras que, eventualmente, as mantêm na situação de subserviência à anterior potência colonial. Por que é que, então, a França aponta o dedo acusatório à Rússia e Turquia? Leia mais...
Texto de Edson Muirazeque *
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