
Quando, em 1947, foi aprovada a Resolução 181 das Nações Unidas, que impunha a divisão da Palestina em dois estados, um para os árabes e outro para os judeus, os árabes palestinianos rejeitaram-na. A rejeição dessa resolução era motivada pelo sentimento de injustiça que os árabes sofreram durante a administração britânica sobre a Palestina. Eram também motivadas por se considerar que as Nações Unidas, uma organização recém-formada, não tinha legitimidade para decidir sobre o destino da Palestina, um território há muito habitado pelos árabes. Aliás, a resolução atribuía a maior parte do território aos judeus, numa altura em que a larga maioria da população era árabe. Mas, mais do que isso, a rejeição dos árabes palestinianos da solução de dois estados era motivada pela garantia dos “irmãos mais velhos”, os estados árabes, de que estes não permitiriam que um estado judeu se estabelecesse na Palestina.
Foi essa garantia dos “irmãos mais velhos” que fez com que o mundo árabe, como um todo, optasse pelo “não” a todas iniciativas de partilha da palestina e de muitas iniciativas de normalização de relações. Aliás, no presente século XXI, apesar de o Estado de Israel ser uma realidade incontestável, a maioria dos estados árabes “teima” em não reconhecer o direito de existência daquele estado, pelo menos enquanto ainda não se realizar o sonho do estabelecimento do estado árabe palestiniano. No entanto, este último continua uma longínqua miragem, e o recém-anunciado acordo entre Israel e os EAU enterra ainda mais a possibilidade da sua materialização. Leia mais...
Por Edson Muirazeque *
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