
Trata-se de um entendimento que encerrou a tenebrosa página de violência e conflito político-militar que Moçambique vivia desde 2014.
Desde o lançamento do DDR, mais de 500 homens já regressaram à vida civil e estão a reintegrar-se na sociedade em vários pontos do país.
Dos efectivos recentemente desmobilizados, cinco decidiram viver o resto da sua vida na cidade de Chimoio. Destes, três são provenientes da base de Savane e dois de Mangomonhe, em Muxúnguè, nos distritos de Dondo e Chibabava, província de Sofala.
domingo conversou em exclusivo com três dos cinco ex-guerrilheiros, nomeadamente Pedro Moisés Manhera, Filipe Temanhe e Jamigera Araújo Juanquete e ainda com esposas e filhos destes, bem como com líderes comunitários dos bairros Centro Hípico, 1.º de Maio e 7 de Abril, sobre como tem sido a vida dos antigos guerrilheiros depois de se desfazerem da farda e da arma.
O martírio de construir a vida
sem família e com arma na mão
- Pedro Moisés Manhera, ex-tenente-general
O primeiro a dar o seu depoimento foi o ex-tenente-general Pedro Moisés Manhera, que retornou à vida civil a 10 de Junho deste ano, em Savane. Em declarações a este semanário, o antigo oficial superior da Renamo e comandante da base de Savane disse que não via o tempo passar para regressar à casa e o DDR veio a calhar, porque estava cansado de viver no mato e longe da sua família.
“Sinto-me muito feliz agora, porque estou sempre com a minha família. Tenho esposa e cinco filhos. Eles viviam aqui no Chimoio e eu em Savane. Era muito difícil construir a vida e viver em felicidade sem família por perto e com arma na mão. Por isso, o DDR veio a calhar e daqui em diante vou-me dedicar à minha família, à vida privada, aos meus negócios, longe de vozes de comando e do som das armas. É tempo de me dedicar integralmente à minha casa”, disse. Leia mais...
TEXTO DE VICTOR MACHIRICA
FOTO: ARQUIVO