
Notícias postas a circular no dia 20 de Julho corrente apontam que o Parlamento egípcio autorizou por unanimidade a intervenção militar do Egipto na Líbia. Esta informação formal coloca em guerra e em lados opostos a Turquia e o Egipto. Talvez seja correcto dizer que é a tenacidade da Turquia que está empurrando o Egipto para a guerra. É factual que até 2019, quando a Turquia anunciou publicamente o seu apoio ao Governo do Acordo Nacional dirigido por Fayez al-Sarraj, sediado em Tripoli, os intervenientes externos no conflito faziam-no de forma velada. E, de facto, a Libyan Nacional Army, dirigida por Khalifa Haftar, com sede em Tubruk, tem o apoio velado do Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Rússia, França, Sudão, Grécia, Chipre e Síria. Por seu turno, o Governo do Acordo Nacional tem também o apoio moral e velado dos EUA, da União Europeia e das Nações Unidas.
O posicionamento público da Turquia embaraçou, sobremaneira, aos apoiantes de Haftar que estavam cómodos com o apoio clandestino e obrigou-os a tomarem também posicionamentos públicos. O primeiro a sair da toca foi o Egipto que quando se apercebeu das baixas que Haftar estava a sofrer veio a terreiro exigir a saída da Turquia da Líbia argumentando que o recrudescer do conflito iria provocar ondas imigratórias para o seu país, provocando por essa via instabilidade. Tal exigência foi ignorada por Ankara que intensificou os ataques infligindo baixas à Libyan Nacional Army e ocupando territórios antes controlados por Haftar. Diga-se de passagem que, até a intervenção turca, Haftar controlava a maior parte do território líbio com excepção de Misrata e Tripoli. Leia mais...
Por Paulo Mateus Wache*
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