
A batalha sobre quem controla a riqueza externa da Venezuela começou quando o BCV intentou uma acção judicial contra o Banco da Inglaterra. O Conselho de Administração do BCV, aquele indicado pelo governo de Nicolas Maduro, solicitou que o Banco da Inglaterra libertasse mil milhões de dólares em reservas de ouro depositado naquele país europeu. A anuência ao pedido do BCV seria normal tendo em conta que o ouro pertence à Venezuela. Agir em contrário seria o mesmo que Londres pretender manter ilegalmente riqueza alheia. No entanto, um juiz de Londres decidiu contra o BCV. Pesou para a decisão do juiz o facto de o governo do Reino Unido reconhecer o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. Nessa base, havendo duas figuras que se apresentam cada uma como o “presidente legítimo” do país, o juiz decidiu por manter “cativo” o ouro venezuelano.
Mais do que a questão legal, a recusa de satisfazer o pedido de Caracas enquadra-se na estratégia de o Ocidente tentar efectuar uma mudança de regime na Venezuela. A Venezuela encontra-se sob fortes sanções económicas, lideradas pelos EUA, e talvez com esta decisão espera-se que o povo venezuelano se vire contra os maduristas por eventuais incapacidades de recuperar riqueza depositada no exterior. As tentativas de mudança de regime no país já vêm desde a época da governação do já falecido Hugo Chavez. Acusações várias houve contra aquele líder, sobre supostas violações de direitos humanos, mas o objectivo da sua remoção do poder nunca foi alcançado. Depois da sua morte, Nicolas Maduro ascendeu ao poder e as pressões para o derrube dos chavistas-maduristas continuaram. Leia mais...
Por Edson Muirazeque *
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