
A anulação dos resultados das eleições, nove meses depois da sua validação, não agradou Mutharika, presidente em exercício graças a essas eleições, por isso tratou de submeter um recurso ao Tribunal Supremo para contestar a decisão. Porém, o Tribunal Supremo manteve a anulação dos resultados. Diante das circunstâncias prevalecentes Peter Mutharika não teve outra saída senão conformar-se e recompor-se para participar no pleito eleitoral marcado para 2 de Julho. Esta atitude de Mutharika revela um alto sentido de estado e o respeito pela separação de poderes, apesar de ele estar contrariado.
Importa salientar que a repetição das eleições é um grande desafio para Mutharika por duas razões: (i) a relativa baixa legitimidade e (ii) a formação da Coligação Chakwera-Chilima. Em relação à baixa legitimidade de Mutharika, factos indicam que ele venceu as eleições de 2019 com apenas 38,57% dos votos válidos, significando isso que mais de 50% dos eleitores malawianos votaram na oposição. Mutharika está consciente desta realidade e sabe que a repetição das eleições pode dificultar a sua permanência no poder. Para minimizar esta desvantagem Mutharika aceitou formar uma coligação com Atupele Muluzi, o jovem de 41 anos, filho do antigo Presidente Bakili Muluzi (1994-1999). Leia mais...
Por Paulo Mateus Wache*
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.