Nyusi obteve, assim, uma percentagem histórica de aceitação no seio do partido, precisamente 99,72 por cento, assumindo-se, desde logo, como candidato às eleições presidenciais de 2019.
No rescaldo do processo eleitoral, guiado pela directiva sobre eleições internas para órgãos do partido Frelimo, cinco delegados votaram em branco, assinalando-se ainda um voto nulo.
Nyusi foi empossado ainda na sexta-feira após a leitura do termo de proclamação de resultados por Joaquim Chissano, presidente honorário da Frelimo, quando já passavam das 23.00 horas.
O processo eleitoral foi ordeiro, marcado por candidatura única, designada há dias pela Comissão Política do partido.
A cerimónia de posse decorreu sob forte cordão humano, de mancha vermelha, a cor do partido do “tambor e maçaroca”. A festa ficou mais rija desde então e prolongou-se noite adentro, envolvendo militantes de todos os cantos do país.
Na ocasião, o presidente reeleito agradeceu à Frelimo pela oportunidade que lhe concedeu de poder dar a sua contribuição no desenvolvimento do país durante o seu mandato.
Advertiu que todos os militantes devem caminhar na mesma velocidade para que o partido logre os resultados projectados no seu programa, que, após uma ampla discussão, servirá de próximo manifesto eleitoral nos pleitos que se avizinham. “Temos de ser como uma viatura 4X4, cujas rodas devem andar à mesma velocidade. Quando uma delas tiver problemas no rolamento, vamos ter problemas”, sublinhou.
Garantiu que vai dar o seu melhor para o partido e para o povo moçambicano. “Não duvidem que a partir de agora espera-nos trabalho árduo”, avisou.
Decisão de extrema importância
– Joaquim Chissano
Joaquim Chissano, presidente honorário da Frelimo, disse após empossar Nyusi que o acto se revestia de extrema importância, pois configurava-se como um passo determinante para a consagração deste como Presidente da República nas eleições presidenciais de 2019.
Chissano recuou para a primeira Constituição da República, que entrou em vigor em 1975, salientando que, movida pelas aspirações do povo moçambicano, ficou estabelecido que o Presidente de Moçambique seria o presidente da Frelimo.
“Os tempos mudaram, já não podemos fazer isso, porque introduzimos o multipartidarismo, na Constituição de 1990. Contudo, conseguimos manter como Presidente da República o presidente da Frelimo”,apontou.
E foi peremptório: “Queremos que Nyusi seja Presidente da República nos próximos cinco anos”.
O antigo estadista moçambicano referiu que a Frelimo sabe muito bem o que pretende, tendo adotado um programa de longo prazo. “Queremos realizações de vulto, queremos construir o desenvolvimento, queremos unidade para sempre, queremos paz”, enumerou perante aplausos dos militantes.
Revelou profundo à vontade com o perfil do presidente reeleito que, apontou, se inspira nas aspirações e ensinamentos do povo. “Nyusi escuta até os mais pequeninos”, frisou.
Devemos acompanhar
O nosso líder
Chissano destacou a humildade do líder da Frelimo e apelou para que continue a pautar a sua acção governativa na consolidação da paz e da reconciliação nacional.
“Quando Dhlakama estiver doente temos de levá-lo ao hospital. Temos de levar filhos dele à escola. É essa a responsabilidade que estamos a dar a Nyusi”, exortou.
Para Chissano é vital que a Frelimo consolide o estatuto de partido de vanguarda para todos os moçambicanos. “Colocámos uma pessoa certa no comando. Quando disser sigam-me, temos de todos acompanhar o nosso líder”, apelou.
