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Revivendo Samora

Por admin

Há homens que pela sua dimensão nunca morrem. Ficam no imaginário colectivo de um povo, de uma nação, de uma sociedade, de um país, de um planeta, no caso vertente terra. Samora é, decididamente, um desses homens. Trinta anos depois do seu desaparecimento físico está mais do que nunca presente no imaginário colectivo dos moçambicanos.

Cantam-se-lhes as vitórias, recordam-se as derrapagens (afinal humano), revive-se a sua odisseia, exalta-se-lhe a verticalidade, a frontalidade, o arrojo, a visão, a sensatez, a solidariedade.

Revisite-se o século XX. Período riquíssimo no que respeita a história universal. Século marcado por grandes homens que, cada um a seu tempo e no seu lugar, contribuíram para a mudança de paradigmas no concerto das nações. E como que a fazer jus a essa convicção, as peugadas do Marechal Samora Machel entrecruzam-se com os rastos de personalidades como Joe Slovo, Oliver Thambo, Yasser Arafat, Kenneth Kaunda, Julius Nyerere, Fidel Castro, Mário Soares, Thomas Sankhara, Ronald Reagan.

Exímio comunicador de massas, Samora sabia falar para o coração das pessoas, apoiado numa voz segura e vertical até ao ponto parágrafo. O dedo em riste virou marca registada. A ginga e o cantarolar de canções revolucionárias no meio dos seus discursos praticamente viraram símbolos de boa disposição e coragem. Mesmo os que não o viram ao vivo, sabem que o Marechal quase que flutuava em palco. Os seus pés adivinhavam caminhos. A sua voz penetrava no âmago das multidões. Havia qualquer coisa mágica naquela figura de tal sorte que hoje, trinta anos depois, há gente apaixonada pelos seus discursos. Há artistas que se inspiram nas suas mensagens (algumas quase proféticas) para as suas produções.

A sua visita aos Estados Unidos da América e o aperto de mão a um hesitante Ronald Reagan, a assinatura do Acordo de N´komati com Pieter Botha (África do Sul), entre outras proezas, marcaram de forma indelével a história mundial do século XX.

Dos fracos não reza a história. Diz-se. Samora pertence a outro grupo. O dos fortes. Tão forte que os moçambicanos se recusam a deixá-lo perder-se nas brumas do tempo. Há como que um buscar de forças e inspiração na imagem e nos discursos samorianos para o debelar das tristezas e dificuldades do dia-a-dia. É como se toda uma Nação buscasse algum consolo na figura de Machel… é corrente ouvir a expressão “no tempo de Samora…”.

O rio de lágrimas que inundou o país após o anúncio do seu desaparecimento físico constituem testemunho bastante do carisma Samora alardeava.

Samora Moisés Machel nasceu a 29 de Setembro de 1993 na aldeia de Chilembene, província de Gaza, e morreu a 19 de Outubro de 1986 em Mbuzini, África do Sul. Próxima quarta-feira celebra-se 30 anos sem (com) Samora.

 

 

 

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