O presidente da Autoridade de Transição do Madagáscar, Andry Rajoelina, foi, sexta-feira última, recebido em Dar-Es-Salaam, Tanzânia, pelos líderes da Comunidade de Desenvolvimento
da África Austral (SADC), incluindo o estadista moçambicano, Armando Guebuza, a quem deverá ter anunciado a sua posição relativamente às presidenciais que deverão ter lugar antes do final do corrente ano.
Refira-se que na cimeira extraordinária de Dezembro último, havida também em Dar-Es-Salaam, a SADC decidiu que uma das soluções possíveis para ultrapassar a crise que se instalou no Madagáscar, após o golpe de Estado de 2009 e que conduziu Rajoelina ao poder, seria os dois principais rivais desistirem de participar nas eleições agendadas para este ano.
O Presidente deposto e agora exilado na África do Sul, Marc Ravalomanana, aceitou a proposta da SADC, faltando apenas a decisão do seu principal rival político, Andry Rajoelina, que foi convidado a participar na presente cimeira extraordinária da “troika” da SADC para Política, Defesa e Segurança, que terminou em Dar-Es-Salaam.
Falando a jornalistas minutos após o término do evento, o secretário executivo da SADC, o moçambicano Tomaz Salomão, disse “haver progressos no Madagáscar” e que a presença de Andry Rajoelina na cimeira “é encorajadora”.
“A presença dele foi positiva e bem-vinda. A única coisa que posso dizer é que o trabalho está em progresso”, disse Salomão.
O secretário executivo da SADC admite que Rajoelina foi confrontado pela “troika” sobre a recomendação da organização de desistir de concorrer nas próximas presidenciais.Contudo, Salomão escusou-se a revelar a decisão final de Rajoelina.
O secretário executivo da SADC reiterou a importância do roteiro de Madagáscar para tirar o país da crise, sublinhado a importância da sua implementação na letra e no espírito.
Aliás, o próprio Rajoelina apresentou uma mensagem sobre a implementação do referido roteiro e o compromisso das autoridades malgaxes nesse sentido.
Por seu turno, o Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, acha satisfatórios os progressos da implementação do roteiro de Madagáscar, considerando que “já se esteve muito mais longe dum fim feliz”.
“O roteiro está sendo cumprido e se esta dificuldade for ultrapassada criam-se condições para que o ciclo eleitoral – as eleições presidenciais, parlamentares e as municipais – possam ter lugar, abrindo caminho para o retorno à normalidade constitucional em Madagáscar”, disse Baloi, falando em representação do Chefe do Estado, Armando Guebuza, que regressou ao país logo após o término da cimeira.
A “troika” da SADC também avaliou os progressos alcançados no Zimbabwe, que enfrenta uma crise sociopolítica resultante da rejeição dos resultados das eleições de 2008, bem como a situação no Leste da República Democrática do Congo, que nos últimos meses tem sido alvo de ataques perpetrados pelo movimento rebelde M23, que conta como apoio do Governo de Kigali.
Para além do estadista moçambicano, Armando Guebuza, e que também assume a presidência rotativa da SADC, participaram na cimeira os Chefes de Estado da Tanzânia, Jakaya Kikwete – que detém a presidência do órgão de Política, Defesa e Segurança da SADC –, da Namíbia, Hifikepunye Pohamba – que assume a vice-presidência desta organização regional – e da África do Sul, Jacob Zuma – presidente cessante do órgão e facilitador do processo do Zimbabwe.
(AIM)/MM/SG