O cancro era visto como doença dos outros. Era para os mais ricos, para sermos mais exactos. Hoje por hoje, tende a assumir um padrão que não conhece níveis sociais, sexo ou idade. Todos estamos expostos à enfermidade, seja no campo ou na cidade.
A doença já é vista como verdadeira ameaça à saúde pública em Moçambique. Porquê isso está a acontecer? Colocámos esta pergunta a Cesaltina Lorenzoni, directora do Programa Nacional de Cancro, e as respostas não se fizeram esperar.
Adquirimos hábitos alimentares desequilibrados que pouco ou nada tinham a ver connosco. Aliás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 30 por cento dos casos de cancro são derivados de problemas de índole alimentar.
“Pessoas que viviam nas zonas rurais estão mais expostas à vida urbana, expondo-se a cancros diversos. Antes viviam de frutos da machamba. Quando vêm à cidade alimentam-se de carnes com conservantes de vários tipos, processados pela indústria”, explica Lorenzoni.
