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MISSÃO DO FMI: O amargo remédio para a crise económica

Por admin

A equipa técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) que trabalhou recentemente em Maputo publicou uma declaração com uma mescla de enaltecimentos e exortações. Parte destas (exortações) indiciam um retrocesso em relação à abordagem da questão das dívidas ocultas e fazem crescer nos moçambicanos a consciência de que existe um remédio para esta crise. Esse remédio, que é amargo, é o país seguir em frente pelos seus próprios pés. Há provas bastantes de que isso é possível.

Na sua história, Moçambique já teve momentos económicos mais críticos do que os que vive hoje, porém, enfrentou-os de peito aberto e superou a ponto de ser tido como um exemplo de crescimento e de manutenção de estabilidade da inflação, entre outros.

Entretanto, em todo esse tempo o país não conseguiu equilibrar a sua balança de pagamentos, ou seja, fazer com que as exportações fossem superiores às importações, mesmo havendo um crescimento da arrecadação de receitas fiscais que permitiram reduzir em grande medida as necessidades de ajuda externa de mais de 50 por cento em 2007 para cerca de 39 por cento em 2012, o que é assinalável.

Na presente conjuntura que é caracterizada por um “cruzar de braços” dos principais parceiros de cooperação em relação à ajuda ao Orçamento de Estado, a equipa do FMI, que era chefiada por Michel Lazare, constatou que “o desempenho de alguns sectores da economia melhorou a partir de finais de 2016”.

É verdade que a agenda desta missão tinha à cabeça a discussão das medidas necessárias para dar seguimento ao relatório de auditoria recente às empresas EMATUM, Proindicus e MAM, do sector público que foi desencadeado pela Kroll, mas nem isso impediu àquele grupo de testemunhar que, mesmo num contexto de apertos, “há melhorias”.

Tais aperfeiçoamentos, segundo a observação desta missão, resultaram dos apertos decisivos da Política Monetária que foram levados a cabo a partir de Outubro do ano passado, pelo Banco de Moçambique, e que ajudaram a reequilibrar o mercado cambial e resultou numa apreciação da moeda nacional em cerca de 30 por cento em relação ao dólar americano desde aquela altura.

Esta orientação monetária contribuiu também para um declínio da inflação homóloga, de um pico de 26 por cento, em Novembro de 2016, para cerca de 18 por cento, em Junho deste ano, apesar do grande aumento dos preços dos combustíveis em Março”, referiu a missão.

Além disso, a missão ajuntou que o preço internacional mais elevado e o aumento acentuado dos volumes de exportação do carvão contribuíram para estreitar o défice comercial e a conta corrente da balança de pagamentos, promovendo uma grande acumulação de reservas internacionais que, no fim de Junho, cobriam cerca de 6 meses de importações, excluindo os megaprojectos.

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